Carne gordurosa com plástico na merenda escolar: TCDF cobra explicação da Secretaria de Educação do DF

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Carne gordurosa e com plástico na merenda escolar: Tribunal de Contas cobra explicação da Secretaria de Educação do DF

Denúncia foi feita pelo Conselho de Alimentação Escolar do Distrito Federal. Secretaria informou que abriu um processo administrativo.

1 de 2 Pedaço de plástico encontrado em carne usada na merenda da Escola Classe 318 de Samambaia. — Foto: TCDF/Reprodução

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) determinou que a Secretaria de Educação do DF explique, em até 30 dias, uma denúncia que aponta irregularidades no fornecimento de carne bovina usada na merenda escolar servida aos estudantes da rede pública.

Segundo relatório do Conselho de Alimentação Escolar do Distrito Federal (CAE/DF), foram encontrados excesso de gordura, plásticos e até pedaços de couro misturados à carne servida nas refeições escolares.

De acordo documento, as irregularidades foram identificadas em várias escolas de diferentes regiões administrativas (saiba mais abaixo).

Em nota enviada ao DE, a Secretaria de Educação informou que, após a denúncia, solicitou à Vigilância Sanitária uma análise laboratorial do produto. O laudo apontou que o percentual de gordura estava 1,7% acima do limite previsto no edital.

No entanto, segundo a pasta, o alimento “não foi considerado impróprio para consumo”, mas foi recolhido e substituído. A Secretaria também informou que abriu um processo administrativo para apurar responsabilidades e aplicar penalidades à empresa fornecedora (leia a nota na íntegra ao final da reportagem).

Segundo o TCDF, a empresa fornecedora da carne é a Frioli Frigorífico Oliveira Ltda., enquanto a marca do produto entregue nas escolas é Fortboi. Procurada pela TV Globo, a Frioli informou que recolheu o lote, fez nova análise e reafirmou a qualidade do produto; já a Fortboi não respondeu aos contatos do DE.

154 KG DE CARNE COM PLÁSTICO E COURO

2 de 2 154 kg de carne bovina moída foram separados para o recolhimento na Centro de Ensino Fundamental Santos Dumont, em Santa Maria. — Foto: TCDF/Reprodução

O caso mais grave, segundo o conselho, aconteceu no Centro de Ensino Fundamental Santos Dumont, em Santa Maria. No colégio, 154 kg de carne apresentavam alto teor de gordura, além de pedaços de plástico e couro. A escola pediu o recolhimento imediato do produto.

Também foram citadas na denúncia:

– Escola Classe 108 de Samambaia: reclamações sobre repetição de cardápios com carne moída e carne com alto teor de gordura.
– Centro de Ensino Especial 01 de Brasília: carne moída com excesso de gordura. Cozinheiras relataram que, em 6 kg de carne, cerca de 1 kg era gordura.
– Escola Classe 41 de Taguatinga: carne moída e lombo suíno com alto teor de gordura.
– Escola Classe 318 de Samambaia: carne com aspecto gorduroso, resíduos plásticos e rótulos. A escola solicitou a substituição de 96 kg do produto.
– Centro de Ensino Médio 417 de Santa Maria: suspensão do consumo de 135 kg de carne moída devido ao percentual de gordura inadequado.

O QUE DIZ A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

“A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informa que, após relatos de algumas unidades escolares sobre possíveis inconsistências no teor de gordura da carne moída fornecida, solicitou à Vigilância Sanitária a coleta de amostras do produto para análise laboratorial pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN).

O laudo do LACEN indicou que a única inconsistência encontrada foi o percentual de gordura 1,7% acima do previsto em edital. Importante ressaltar que não foram identificados problemas sanitários ou nutricionais, e o alimento não foi considerado impróprio para consumo.

Mesmo assim, de forma preventiva, a Secretaria determinou à empresa contratada o recolhimento de todo o lote analisado e a substituição por um novo, que só foi distribuído após aprovação em nova análise laboratorial.

Técnicos da SEEDF e representantes do Conselho de Alimentação Escolar do DF também realizaram visita técnica às instalações da empresa fornecedora para verificar as condições higiênico-sanitárias, os processos de produção, embalagem, transporte e distribuição do produto. Adicionalmente, testes sensoriais e visuais foram realizados em unidade escolar antes do uso do novo lote, confirmando a qualidade do alimento.

Em paralelo, foi instaurado processo para apuração de responsabilidades e eventual aplicação de penalidades à empresa, por descumprimento do padrão estabelecido em edital.

Todos os dados e medidas adotadas já foram encaminhados ao Tribunal de Contas do Distrito Federal.

A SEEDF reafirma seu compromisso com a execução ética, responsável e qualificada do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), assegurando refeições seguras, saudáveis e adequadas aos estudantes da rede pública de ensino do DF.”

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