Neste sábado, 20, o Carrefour Brasil informou que as vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados serão doadas para entidades que lutam pela consciência negra. O posicionamento foi adotado após o assassina de homem negro por espancamento em loja da rede em Porto Alegre.
Em nota à imprensa, a empresa afirmou que o Dia da Consciência Negra, celebrado na véspera em várias cidades do Brasil, deveria ser marcado pela conscientização da inclusão da população negra na sociedade, porém “foi o mais triste da história do Carrefour”.
Relembrando que na quinta-feira, 19, João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte na unidade do Carrefour de Passo D’Areia, na capital gaúcha. A agressão teria acontecido depois que ele discutiu com uma caixa do supermercado que então chamou o segurança da loja.
O vídeo do espancamento foi compartilhado nas redes sociais na sexta-feira, 19, Dia da Consciência Negra, causando protestos e ataques a lojas do Carrefour em vários locais do país. Foram feitos pedidos de boicote contra a rede e manifestações contra o racismo.
“Palavras não expressarão nossa angústia com a brutalidade. Daremos todo o apoio à família de João Alberto Silveira Freitas e, em respeito a ele, nossa loja de Passo D’Areia fechou ontem e permanecerá fechada hoje”, declarou o Carrefour.
“Além disso, todo o resultado das vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados será doado para entidades ligadas à luta pela consciência negra”, complementou.
O Carrefour acrescentou que as lojas serão abertas na tarde deste sábado para reforço de “treinamento antirracista com todos os nossos funcionários e terceiros”.
O presidente do Carrefour, Alexandre Bompard, também se manifestou em sua conta no Twitter.
“Medidas internas foram imediatamente tomadas pelo Grupo Carrefour Brasil, principalmente em relação à empresa de segurança contratada. Essas medidas são insuficientes. Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência”, publicou.
Ele ainda fez pedido para que filial brasileira realizasse “uma revisão completa das ações de treinamento dos colaboradores e de terceiros, no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos valores de respeito e repúdio à intolerância”, acrescentou.
O empresário Abilio Diniz, integrante do Conselho de Administração do Carrefour Brasil e um dos acionistas da companhia, também se manifestou no Twitter, denominando a morte de Freitas como “tragédia e uma enorme brutalidade”.
“Pedi à empresa que não meça esforços e trabalhe incansavelmente para que fatos trágicos como este jamais se repitam no Brasil”, escreveu.
No vídeo do espancamento mostra Freitas sendo agredido por dois homens, identificados como Magno Braz Borges, segurança do Carrefour Passo D’Areia, e Giovani Gaspar da Silva, policial militar temporário. Segundo testemunhas, Silva estaria fazendo compras quando participou do espancamento.
Freitas aparece sendo segurado por um dos homens enquanto o outro da socos em sua cabeça, depois um dos homens coloca o joelho nas costas de Freitas enquanto o outro continua batendo. A polícia foi chamada quando a lê já estava imóvel. Uma ambulância também foi acionada, mas Freitas já estava morto.
Os dois investigados foram presos em flagrante e autuados por homicídio triplamente qualificado.