Carro que teria passado pela rua quando corpo de adolescente foi deixado na calçada é apreendido

Um carro que supostamente transitava pela rua onde o corpo de Amélia Vitória de Jesus foi encontrada morta no momento em que o corpo dela foi deixado em uma calçada foi apreendido, segundo a Polícia Militar (PMGO). A estudante de 14 anos havia desaparecido por dois dias após sair para buscar sua irmã na escola.

De acordo com a Polícia Científica, a perícia no veículo foi iniciada ainda no sábado, 2, no local em que foi encontrado, nas proximidades de onde o corpo foi achado.

Segundo a PM, as câmeras de segurança da região capturaram imagens do carro transitando no local exato em que o corpo foi deixado em via pública. Com base nas características do veículo, ele foi localizado e apreendido.

A polícia revelou que o condutor do veículo forneceu uma “versão contraditória”, mas foi liberado devido à “ausência de provas materiais” que o vinculassem ao crime. O celular do suspeito também foi apreendido, e a polícia informou que o aparelho continha conteúdo pornográfico.

Relembre o caso

A tia da adolescente, Cristiane Moreira, relatou que Amélia não estava com o celular, pois, devido à chuva na hora da saída, preferiu utilizar o telefone da mãe. Segundo ela, a jovem realiza esse percurso diariamente há aproximadamente três meses.

Anteriormente, Amélia costumava fazer o trajeto de bicicleta, mas, devido a problemas mecânicos, optou por ir a pé no dia. A família percebeu a ausência dela quando a escola da irmã mais nova ligou informando que ninguém compareceu para buscá-la. Desde então, iniciaram-se as buscas para encontrar o paradeiro da adolescente.

“Nós refizemos o caminho, ligamos para as amigas dela, pedimos imagens das câmeras no caminho. Todas as imagens que temos, nós que conseguimos. A polícia conseguiu a do posto, que é a última imagem que temos dela”, afirma Cristiane.

A tia ainda relatou que Amélia é uma garota que não é rebelde e não teria motivos para fugir. “não tem namoradinho nenhum. Não foi por rebeldia, até porque não era o perfil dela. Ela sempre foi bem tranquila, muito calma, nunca deu trabalho nenhum. Ela é uma menina bem na dela, de poucos amigos e super carinhosa, super amiga, com todo mundo. Sempre era muito instruída”, completou.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp