Última atualização 11/08/2022 | 14:24
A Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático está sendo lida, na manhã desta quinta-feira, 11, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na capital do estado. Diversos intelectuais, economistas, empresários e sindicalistas defendem a democracia e eleições durante o ato.
O documento, intitulado Carta às Brasileiras e aos Brasileiros defesa do Estado Democrático de Direito, foi lançado depois de seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, e ganhou apoio em 26 de julho deste ano.
Até o momento ela conta com 925 mil assinaturas. Entre os signatários estão políticos, entidades sindicais, empresários, professores, artistas e demais cidadãos.
Mais cedo, durante o evento, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, leu um manifesto ”Em Defesa da Democracia e da Justiça”, no salão nobre da faculdade.
”Hoje é um outro momento grandioso, eu diria que inédito porque o capital e trabalho se juntam em defesa da democracia.” disse o ex-ministro.
O evento foi aberto pelo professor Carlos Gilberto Carlotti Júnior, reitor da USP, destacou as perdas sofridas pela universidade durante o período de repressão e manifestos a favor do Estado Democrático. “Nós, da USP, perdemos vidas preciosas durante um período de exceção, as cicatrizes ainda são visíveis, vidas que foram ceifadas pela repressão ou livre pensamento. Nesse período, perdemos 47 pessoas que eram parte de nossa comunidade, nós não esquecemos e não esqueceremos. Aqueles que rejeitam e agridem a democracia não protegem o saber, a ciência, o pensamento e não amam a universidade”, falou o professor.
Enquanto ocorria a manifestação no Salão Nobre da Faculdade de Direito, manifestantes gritavam do lado de fora no Largo São Francisco.
Atos pela democracia em 11 de agosto
Os atos que manifestam pelo Estado Democrático acontecem em diversos cidades do Brasil, nesta quinta-feira, 11.
Em São Paulo, manifestantes se reúnem em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chatesubriand (MASP), na Avenida Paulista. Além disso, cidades do interior paulista, como Campinas e Ribeiro Preto, também realizam atos.
Em Brasília está previsto, para às 15h, um ato em frente ao Congreso Nacional. Já em Goiás, a Universidade Federal de Goiás (UFG) realiza atos para a assinatura da carta na Cidade de Goiás e manifestos em Goiânia.
A data escolhida não foi aleatória. Ela marca a criação dos cursos de direito no Brasil e também uma passeata contra Fernando Collor de Melo, presidente do Brasil que sofreu impeachment em 1992.
Foi também nas proximidades de 11 de agosto, mas precisamente no dia 8, que ocorreu a leitura de um manifesto contra a ditadura militar em 1977.