A DE interditou uma casa de acolhimento denunciada por maus-tratos contra pacientes na Zona Leste da cidade de São Paulo. A Polícia Militar foi acionada para auxiliar na inspeção e encontrou no local uma situação alarmante: os internos estavam desidratados, desnutridos e vestidos com roupas sujas e úmidas de urina.
Uma casa de abrigo clandestina foi fechada pela DE na tarde desta quinta-feira (3) na Zona Leste de São Paulo. Oito pessoas, sendo 7 idosos e 1 jovem, estavam vivendo em condições deploráveis de higiene e saúde e foram resgatadas. A casa, localizada na rua Padre Francisco Carneira, no bairro do Lajeado, havia sido alvo de denúncias de maus-tratos.
De acordo com o boletim de ocorrência, os agentes da Vigilância Sanitária foram inicialmente impedidos de fiscalizar o local. Diante desse cenário, a Polícia Militar foi acionada para auxiliar na inspeção. Ao adentrarem a residência, os policiais se depararam com um ambiente classificado como “totalmente insalubre”.
Diversas irregularidades foram constatadas, como forte odor de urina perceptível da rua, falta de água encanada – a água disponível encontrava-se em baldes supostamente fornecidos por vizinhos -, ausência de alimentos frescos (a geladeira continha carnes, ovos e pães estragados) e ausência de cuidadores. Os pacientes, todos em condições críticas, estavam visivelmente desnutridos e desidratados.
Os pacientes foram resgatados e encaminhados para atendimento médico. Quatro idosos em estado grave foram levados para a Unidade de Pronto Atendimento Júlio Tupy, enquanto as duas idosas com transtornos mentais graves foram encaminhadas ao hospital de Cidade Tiradentes. Um idoso foi direcionado para um centro de acolhida provisória e a jovem de 27 anos foi entregue aos cuidados de sua mãe.
A DE constatou que a instituição operava de forma irregular, sem licença sanitária e sem um responsável técnico. O imóvel foi multado e fechado, com a abertura de um processo administrativo. O caso foi encaminhado para o 68º DP de Lajeado, onde a responsável pelo imóvel e seu filho prestaram depoimento e podem responder por crime de maus-tratos. Medidas judiciais estão sendo tomadas para garantir a segurança e bem-estar dos pacientes resgatados.