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Casa de Bolos: da cozinha da vovó para 15 estados brasileiros

Última atualização 02/04/2018 | 09:24

Ideia do negócio surgiu com a necessidade de trabalho da mãe e do irmão mais novo

É comum passar pelas ruas e encontrar uma casa de bolos caseiros. Essas, que nos permitem levar para casa um produto com o gostinho da casa da vovó. Eduardo Ramos, diretor executivo das franquias da marca Casa de Bolos, pensou nisso em 2010, quando abriu sua primeira loja em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Com a idealização de Vó Sônia, mãe de Eduardo, a ideia do negócio surgiu com a necessidade de trabalho para ela e para o irmão mais novo dele. Ao pesquisar, a família enxergou no mercado alimentício algo que se identificavam, sendo algo que eles pudessem cuidar e que gostariam verdadeiramente de fazer. “Sempre que minha família se reunia em casa, minha mãe fazia um bolo. O que é muito comum nas famílias brasileiras. A gente entendeu que esse poderia ser o caminho pro negócio da nossa família”, relembra o empresário.

Com experiência profissional na área, Eduardo montou e estudou um plano de negócios. A intenção era vender aquele bolo caseiro que comemos no café da manhã. “Começamos a pensar numa loja que trabalhasse somente com bolos, os caseiros. A ideia assustou um pouco, pois era muito diferente uma loja que só vendesse um produto, que era levado pra casa”, afirma.

O empresário conta que eles estudaram muito o mercado, além de testar inúmeras receitas, até adaptá-las para uma produção em larga escala. O sabor de casa é uma das coisas que deveriam permanecer intactas, como explica o diretor: “O crivo para aprovarmos a receita, seria manter o gostinho do bolo feito pela minha mãe, lá em casa”.

Além disso, no início eles não tinham pretensão de aumentar as lojas. “A primeira loja contava com a minha mãe e meu irmão mais novo. Eles pegavam o ônibus cedo, faziam os bolos, vendiam, limpavam a loja e iam pra casa. No dia seguinte, a mesma coisa”. Eduardo conta que a ideia das franquias, surgiu da vontade dos próprios clientes em levar a ideia para suas cidades. Principalmente, pela experiência que era causada ao entrar nas lojas; “Quando entram na loja e sentem o cheirinho do bolo assando no forno, isso ativa memórias de quando as pessoas tinham isso na casa delas.”

Hoje, com 342 lojas espalhadas pelo Brasil, ele conta que o segredo é fazer um produto de qualidade. Aquele que sempre esteve presente nas mesas das famílias brasileiras, feitos com produtos naturais. “Nós usamos os mesmos ingredientes que uma pessoa usaria em casa para fazer um bolo, leite, ovos, farinha. Isso acabou criando uma identificação com as pessoas. Porque traz uma lembrança de quando as pessoas faziam isso na casa delas”, conta.

Com a correria do dia a dia, muitas pessoas não conseguem mais cozinhar em casa e optam por se alimentar na rua. Esse é um dos motivos que alavancam o negócio da família de Eduardo. “Todo mundo precisa trabalhar e passa muito tempo fora de casa. Você deixa de fazer coisas que você fazia antigamente. Quando se tem a possibilidade de entrar na loja e comprar um bolo, que tem as mesmas características de um bolo que você faria em casa, dá uma sensação de segurança em levar um produto de qualidade”, explica.

Dentre as franquias, os membros da família também possuem lojas. Vilma Ramos, esposa de Eduardo, é dona de três das cinco lojas em Goiás. Ele explica que possuir lojas na família é essencial para manter o bom relacionamento com os franquiados. Pois eles experienciam as dificuldades, se alegram ou se entristecem com o rendimento das vendas.

Segundo ele, os pilares da empresa são baseados nos valores simplicidade, humildade e família. Enxergam no produto uma forma de unir as pessoas novamente, algo que às vezes fica perdido na correria dos dias. “Quando você põe um bolo na mesa, as pessoas sentam-se em volta dela pra dialogar, se relacionar, é muito importante essa reconquista. Por isso eu acredito muito nesse negócio, faz parte da história das famílias brasileiras”, conta o filho de Dona Sônia.

Para o empresário, quando uma pessoa se candidata a ser um franqueado, primeiramente ele tem que se identificar com tipo de trabalho a ser oferecido. “Para dar certo, não basta montar um negócio de acordo com o valor possível para ela. É muito importante avaliar se ela se identifica com o tipo de negócio, nesse caso, a pessoa precisa gostar desse ambiente da alimentação”, esclarece.

Com o objetivo de garantir a qualidade dos produtos produzidos Brasil afora, foram criados procedimentos padronizados. Primeiramente, avalia-se o ponto proposto para abrir a franquia. Além disso, há manuais que devem ser seguidos pelos responsáveis. Os ingredientes também são homologados, parte essencial para garantir a qualidade dos produtos ofertados.

Tendo em vista a grande demanda, no ano passado outra empresa foi aberta. “No ano passado nós abrimos um centro de distribuição dedicado, que fornece a matéria prima homologada para os franquiados, garantindo a qualidade. Assim como os processos de produção que são acompanhados por uma equipe e os treinamentos que estão sempre disponíveis”, explica.

E para quem quer também quer se tornar um empreendedor, Eduardo afirma que as franquias são um modelo de negócio que cresce muito e que movimenta a economia brasileira. Pois trata-se de um modelo que já foi testado, diminuindo os riscos para os investidores. Mas aconselha,”pra quer se tornar empreendedor, no pais que a gente vive, com tantas oscilações econômicas, precisamos ter a capacidade de enfrentar os riscos. Suportar momentos difíceis e saber quando ser mais agressivo.”