Cratera de 40 cm de profundidade por 1,2 m de largura se abre em casa epicentro
da explosão no Tatuapé; veja imagens

Uma pessoa morreu e dez ficaram feridas na Zona Leste de São Paulo. A polícia apreendeu
foguetes, bombas, rojões, enxofre e soda em fábrica clandestina para fazer
balões.

A explosão na casa que produzia balões com fogos de forma ilegal e clandestina
abriu uma cratera de cerca de 40 centímetros de profundidade e 1,2 metro de
largura. O impacto gerou um deslocamento de ar que formou no céu uma bola de fogo e
fumaça, semelhante a um cogumelo. Em seguida, um incêndio tomou conta da
residência no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, na noite de quinta-feira (13).

As informações sobre as dimensões do buraco foram confirmadas pelo DE com
policiais que foram atender à ocorrência, no imóvel que fica na Rua Francisco
Bueno. Segundo eles, a explosão ocorreu em um cômodo dos fundos da residência.

Uma pessoa que estava dentro do imóvel morreu carbonizada. Outras dez vítimas que passavam em carros e motos pela região ficaram feridas
pelos destroços. Veículos e imóveis foram atingidos e sofreram danos.

A principal hipótese das autoridades é a de que fogos de artifício armazenados
dentro da casa e usados para produzir balões, por causas ainda desconhecidas,
provocaram a explosão. Existe também a suspeita de que a vítima seja o homem que morava na casa, Adir
de Oliveira Mariano, de 46 anos, que é baloeiro. A polícia, no entanto, ainda aguarda o resultado do exame do Instituto Médico
Legal (IML) para saber a identidade de quem morreu.

No local, peritos da Polícia Técnico-Científica e agentes do Grupo de Ações
Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar (PM) encontraram e apreenderam
foguetes, bombas, rojões, enxofre, soda e produtos usados para confeccionar de
maneira artesanal fogos de artifício usados para causar efeito pirotécnico, com
luzes e cores em balões. Também foram apreendidos buchas e cangalhas, estruturas usadas para fazer
balões. Todo material era guardado de maneira ilegal na casa. Isso configura
crime ambiental, com pena de 1 ano a 3 anos de prisão e multa para quem for
condenado pela Justiça.

A Polícia Civil investiga as causas e eventuais responsabilidades pela explosão
que deixou um morto e dez feridos, sem risco de morte. Também foram causados danos em carros e abalos
estruturais em imóveis vizinhos. Câmeras de seguranças e moradores registraram a
explosão.

“O armazenamento [de explosivos] é claro”, disse nesta sexta-feira (14) o
delegado Filipe Soares, da 5ª Cerco. “Eles [policiais] puderam ver cangalhas
para fabricar balões, buchas para fabricar balão, tubos de papelão, normalmente
utilizados para produção de rojão”. Além disso, segundo o delegado, “ele [Adir] tem passagem [criminal] por soltar
balões”.

Adir já foi investigado pela polícia por soltar balões
com fogos de artifício em 2011 em São José dos Campos, interior do estado. Em
2015, Adir e outras pessoas foram absolvidas pela Justiça das acusações de
“associação criminosa” porque integrariam grupo de baloeiros que cometeram
“crime ambiental” na região.

Adir trabalha como frentista em posto de combustíveis e como ambulante.
Atualmente ele é investigado pela polícia por suspeita de provocar a explosão na
quinta, no imóvel onde residia.

Em suas páginas nas redes sociais, Adir aparece em fotos e comentários
demonstrando seu interesse por balões e fogos de artifício.