Casados há quase 80 anos, idosos centenários morrem no mesmo dia

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Um vínculo matrimonial de quase oito décadas chegou a um desfecho nesta sexta-feira, 30, com o falecimento do casal de idosos Mamédio Alves Magalhães, de 105 anos, e Ana Araújo Magalhães, de 100. Residentes de Paranã, na região sul do Tocantins, os dois partiram para a eternidade com apenas quatro horas de diferença, de acordo com os familiares.

A sobrinha-neta que cuidava do casal, Ediana Quirino Magalhães, afirmou que eles viveram unidos desde que se casaram. Ela contou que após o Mamédio ver que a amada estava sendo internada e voltar para casa debilitada, a saúde dele começou a decair por não querer se alimentar. O que ocasionou na internação do idoso um dia antes de partir.

Para tristeza um do outro, eles ficaram as últimas horas de vida separados. Mamédio morreu no hospital e Ana em casa.

“Com minha avó não tinha o que fazer [no hospital].Trouxemos ela para casa, para ficar perto dele. Ele viu o estado dela que só piscava e abria a boca. Quando foi ontem [quinta-feira] a gente levou ele para o hospital e o doutor preferiu que ele ficasse para tomar medicação”, informou Ediana.

A sobrinha-neta ainda disse que a piora foi logo no dia seguinte. E contou como foi a despedida da avó. “Na sexta-feira, umas 4h, a gente recebeu a ligação para correr atrás de tudo. Quando foi por volta de 8h, às pessoas que estavam me auxiliando foram dar um banho nela e aí ela ‘foi’ depois desse banho”, relatou.

Apesar dos problemas de saúde e do avanço da idade, o casal estava sempre preocupado um com o outro. Ediana relatou que apesar de Mamédio ser o mais velho entre os dois, ele ainda falava e era bem lúcido. Enquanto a avó não era tanto, mas sempre demonstrou um certo carinho pelo amado, tendo em vista que era a única pessoa que lembrava o nome.

O casal não teve filhos, mas Ediana contou que eles ajudaram na criação de muitas crianças da cidade da zona rural. O velório de Mamédio e Ana aconteceu no mesmo dia em que partiram, na fazenda onde moravam, e a desejo deles, o enterro foi na propriedade, na manhã deste sábado, 1ª.

A Prefeitura de Paranã lamentou a perda dos moradores e se solidarizou com a família. “Que a força e a união possam ser encontradas nesse momento de luto, e que o amor e a esperança possam trazer alívio àqueles que sofrem com a partida desses estimados cidadãos”, diz a nota de pesar.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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