Casal cubano denuncia racismo após usar energia de área comum de prédio: ‘pobres e macacos’
O Diário do Estado traz a polêmica envolvendo um casal de imigrantes cubanos que denunciou à Polícia Militar um episódio de injúria racial na noite desta terça-feira (16) em um condomínio residencial no bairro Santa Mônica, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A ocorrência se deu em meio a uma discussão sobre o uso de energia elétrica em área comum do prédio, tendo como acusada a síndica do condomínio.
Segundo relatos presentes no boletim de ocorrência, o casal, formado por um homem de 32 anos e uma mulher de 31, alega ter sido ofendido pela síndica do condomínio, que negou veementemente as acusações. A discussão teve início quando o casal conectou a geladeira a uma tomada no corredor devido a um corte no fornecimento de energia no apartamento onde residem, ocasionado por débitos pendentes do antigo morador.
Os cubanos afirmam ter recebido autorização da proprietária do imóvel e orientação de um vizinho para usar temporariamente o ponto de energia até a religação pela Cemig. No entanto, segundo a vítima, a síndica acusou-os de “roubar luz do condomínio” e proferiu ofensas de cunho racista, dizendo que “pobres e macacos” não deveriam morar no local.
A síndica, por sua vez, negou as acusações e alegou que acionou a Polícia Militar devido ao uso indevido da rede elétrica comum, conforme previsto no regimento interno do condomínio. Ela também ressaltou ser negra, de família negra, e ter ficado sabendo das acusações de racismo pela imprensa. A mulher informou que solicitará as imagens das câmeras de segurança e aguardará a apuração dos fatos pelas autoridades competentes.
O casal, que vive em Belo Horizonte há cerca de sete meses, relatou que essa foi a primeira vez que enfrentaram uma situação desse tipo no Brasil. Ambos trabalham na cidade, sendo ele pedreiro e ela auxiliar de cozinha nos fins de semana, e estão morando no apartamento desde maio deste ano. A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar como injúria racial e encaminhada para investigação da Polícia Civil.
A situação reflete a importância de debater e combater o racismo em todas as suas formas, inclusive em situações do cotidiano que podem ser desconhecidas pela maioria das pessoas. É fundamental que casos como esse sejam devidamente investigados e que haja punição para os responsáveis por práticas racistas, garantindo um ambiente seguro e acolhedor para todos. O Diário do Estado seguirá acompanhando o desdobramento desse caso e trazendo informações atualizadas sobre o assunto.