Casal de empresários é suspeito de sumir com café e causar prejuízo milionário a
produtores do interior de SP
Sócios de empresa que detém armazéns é investigado depois que ao menos 16
cafeicultores prestaram queixa à Polícia Civil em Altinópolis (SP). Autoridades
pediram bloqueio de bens dos suspeitos.
Um casal de empresários, donos de armazéns de café, é investigado pela Polícia
Civil pela suspeita de ter sumido com sacas do produto e de ter causado um
prejuízo milionário a produtores rurais de Altinópolis (SP)
[https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/cidade/altinopolis/], na Alta
Mogiana, um dos principais polos cafeicultores do estado de São Paulo e do país.
Ao menos 16 pessoas prestaram queixa às autoridades até quinta-feira (16) e o
cálculo inicial é de que o rombo causado aos produtores é de R$ 20 milhões, mas
pode chegar a R$ 70 milhões.
* Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
[https://www.whatsapp.com/channel/0029Va98fbOG3R3sEKgO882h]
> “[O prejuízo] pode ser muito maior, porque outras pessoas vão procurar a
> delegacia para registrar a ocorrência policial”, afirma o delegado seccional
> de Ribeirão Preto (SP)
> [https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/cidade/ribeirao-preto/],
> Sebastião Vicente Picinato.
1 de 2 Sacas de café produzido na região de Ribeirão Preto (SP). — Foto:
Reprodução/EPTV
Sacas de café produzido na região de Ribeirão Preto (SP). — Foto:
Reprodução/EPTV
Inicialmente, a Polícia Civil investiga o crime de apropriação indébita
qualificada, mas também apura a prática de lavagem de dinheiro e, por isso,
solicitou o bloqueio de bens dos investigados à Justiça.
Até a última atualização desta notícia, os empresários, que não tiveram a
identidade divulgada pela polícia, não tinham sido localizados.
SUMIÇO DE CAFÉ
Os investigados, segundo o delegado, são donos de uma empresa que detém armazéns
e entrepostos, que ficam responsáveis por guardar e negociar o café de
produtores rurais e que tinham credibilidade por atuarem há anos na região.
“O produtor colheu o seu café, fez o beneficiamento, ele quer depositar esse
café em algum local seguro. Essas corretoras de café ou armazéns recebem essa
carga e deixam o café à disposição do corretor. Em momento oportuno, ele vai
querer vender ou não, a empresa que faz a corretagem do café tem o lucro dela
com relação ao armazenamento e depois até uma comissão de venda”, explica
Picinato.
Esta semana, no entanto, produtores relataram à Polícia Civil que os sócios não
foram mais encontrados nem atenderam telefonemas depois de serem procurados para
negociar o café.
2 de 2 Produção de café na Alta Mogiana, no interior de São Paulo. — Foto:
Reprodução/EPTV
Produção de café na Alta Mogiana, no interior de São Paulo. — Foto:
Reprodução/EPTV
> “Nós fomos procurados por uma vítima que alegava que possuía depositado nesse
> armazém aproximadamente sete mil sacas de café e em tratativas com o corretor,
> pediu que fosse vendido, aproveitando a alta do preço, inclusive para custear
> despesas do manejo do café. E para surpresa dela, o investigado começou a dar
> evasivas”, diz.
Diante das suspeitas, a Polícia Civil cumpriu na quinta-feira cinco mandados de
busca e apreensão nos endereços dos sócios e apurou que quase não havia sacas de
café nos armazéns, o que, para o delegado, dá indícios de que eles se
apropriaram ou extraviaram a mercadoria.
“Os armazéns e entrepostos mantidos pela cafeeira estavam praticamente vazios,
apenas um deles tinha três packs de café e mais umas sacas, o que deve ser em
torno de 50 sacas de café de 60 quilos, alguns implementos agrícolas,
maquinarias que não foram objeto de apreensão naquele momento.”
‘VAMOS SEGUIR O CAMINHO DO DINHEIRO’
Além de localizar os suspeitos, as autoridades querem saber qual foi o destino
do café. O produto que sumiu dos armazéns, segundo o delegado, pela elevada
qualidade, geralmente é destinado ao mercado internacional.
Por isso, Picinato solicitou o bloqueio de contas bancárias, veículos, imóveis e
outros ativos financeiros do casal.
“Vamos seguir o caminho do dinheiro para saber quem se beneficiou com isso, com
a maneira que lá na frente, através de uma competente ação cível, as vítimas
possam se ver ressarcidas, total ou parcialmente.”
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca