Casal de goianos sofre agressões em estacionamento de Portugal: “Não dá para ficar nesse país”

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Casal de goianos sofre agressões em estacionamento de Portugal: “Não dá para ficar nesse país”

Um casal de goianos que moram em Portugal denunciou que foram agredidos em um estacionamento em Olhos D’água de Natal, no Algarve. Após as agressões eles relataram estar psicologicamente abalados, não estão comendo e muito menos dormindo direito.

“O trauma é grande, já perdi três quilos. Estou ruim psicologicamente, quero ir embora o mais breve possível. Não dá para ficar nesse país”, desabafou o homem.

O homem, de 29 anos, que trabalha como ajudante de pastelaria na cidade, contou que estava estacionando o carro com a esposa, de 27, para ir a uma loja quando dois agressores chegaram perto e pediram para eles tirarem o veículo porque iria atrapalhar a passagem deles. Em tom de ameaça, os dois teriam dito que iriam agredir o casal, caso não obedecessem o que pediram.

“Quando eu desci do carro, eles viram a minha fala de brasileiro e já mudaram totalmente a reação de fala deles. Primeiro, agrediram verbalmente, minha esposa foi separar e eles empurraram ela. Ela bateu com a cabeça”, contou.

Após derrubarem a esposa no chão, o homem contou que um dos agressores fez uma “gravata” no pescoço dele enquanto o outro deu dois socos. A agressão ocorreu no dia 24 de junho e o casal chegou a fazer um exame de corpo de delito. O ajudante de pastelaria teve escoriações na testa e no supercílio, enquanto a mulher, um corte na cabeça, que precisou de 13 pontos.

O casal ainda tentou denunciar o caso à polícia, por duas vezes. Contudo, como não tinha a placa do carro dos agressores, foram orientados que “não ia adiantar nada”. Os goianos estão em Portugal há um ano, e trabalhavam para juntar dinheiro para comprar uma casa. No entanto, após a agressão, querem voltar ao Brasil. “Quero ir embora daqui, é muita xenofobia com nós imigrantes”, lamentou.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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