Imortais da Academia Nacional de Música casal do interior de SP celebra trajetória de pesquisa, ensino e resistência
No Dia do Músico, comemorado neste sábado (22), o DE conversou com Karen Tavano Martins e José Marcelo Martins, um casal morador de Presidente Prudente (SP), formado por músicos nomeados Imortais na Academia Nacional de Música.
No Dia do Músico, celebrado neste sábado (22), dois nomes do cenário musical do interior paulista reforçam o papel da arte como profissão, resistência e legado: Karen Tavano Martins e José Marcelo Martins.
Moradores de Presidente Prudente (SP), os professores e pesquisadores têm décadas dedicadas ao ensino, à pesquisa e à preservação da música brasileira , com uma trajetória que os levou a serem nomeados Imortais da Academia Nacional de Música.
O casal chegou em Presidente Prudente no ano de 2012, após aprovação em concurso para a Escola Municipal de Artes Jupyra Cunha Marcondes. Desde então, destaca o quanto o município mantém um ensino de música sólido e estruturado.
José Marcelo explicou que a cidade tem um ecossistema musical forte, que inclui o Projeto Guri e outras iniciativas. Segundo ele, isso cria uma cultura local de valorização da formação técnica.
Karen também complementou que o período da pandemia trouxe desafios e transformações no ensino musical.
Além da docência, a dupla têm uma carreira ativa em corais, orquestras, grupos instrumentais e produção musical. Karen foi regente de corais tradicionais em Bauru e realizou turnês internacionais. Na capital do Oeste Paulista, ela segue com trabalhos na Escola Jupyra e com grupos vocais.
Já José Marcelo integrou por oito anos a Big Band Orquestra Véritas, e atualmente atua como guitarrista, arranjador e professor de prática de conjunto.
Durante o doutorado, José Marcelo desenvolveu o conceito de música europopular brasileira, defendendo que parte da produção nacional contemporânea incorpora elementos da música erudita, do jazz e da tradição popular.
Entre os temas mais citados pelo casal está a necessidade de combater o preconceito histórico contra a profissão de músico. José Marcelo aponta que, por décadas, a sociedade tratou a música como hobby, e não como um trabalho sério.
Em 2025, os dois foram nomeados Imortais da Academia Nacional de Música, uma das instituições mais tradicionais do país, fundada no século XIX.
Por mais que os dois já tenham uma carreira consolidada, o futuro aguarda novidades. Karen segue pesquisando técnicas de ensino vocal e piano popular, com foco em acessibilidade.
Já José Marcelo continua estudando guitarra, harmonia, improvisação e aprofundando investigações sobre a música brasileira de alta complexidade. Eles afirmam que ainda há muitos projetos pela frente.




