Casal é preso na Espanha por tráfico internacional de gatos exóticos

Casal é preso na Espanha por venda e criação de gatos exóticos • Civil Guard (Espanha)

Um casal foi preso nesta terça-feira, 15, na ilha de Mallorca, na Espanha, suspeito de criar e vender ilegalmente gatos exóticos e outros animais selvagens. A prisão ocorreu após meses de investigação conduzida pelo Serviço de Proteção da Natureza (Seprona), da Guarda Civil espanhola.

Durante a operação, os agentes encontraram 19 felinos de diferentes raças na propriedade do casal, incluindo um lince-do-deserto e dois servais, também conhecidos como gatos Savannah. As autoridades afirmam que os detidos atuavam em uma rede internacional de tráfico de animais e utilizavam a internet para vender espécies como tigres-brancos, leopardos-negros, hienas e pumas para diversos países.

Na casa do casal, os investigadores apreenderam mais de 40 passaportes de animais provenientes da Rússia, Belarus e China, além de computadores, celulares e pen-drives usados para a comercialização dos animais. De acordo com a polícia, a dupla mantinha uma atividade intensa nas redes sociais, o que ajudou a levantar suspeitas e aprofundar a investigação.

A operação também revelou uma organização criminosa mais ampla, composta por criadores, traficantes e veterinários ilegais, que operava o contrabando de espécies selvagens para a União Europeia. A maior parte dos animais vinha da Rússia, Belarus e Ucrânia, entrando no continente pela fronteira entre Polônia e Belarus.

Entre os animais oferecidos à venda, havia um leopardo-nebuloso anunciado por 60 mil euros (cerca de R$ 398 mil). Os 19 animais encontrados, incluindo 16 mestiços, foram levados temporariamente para o Safari Zoo de Son Servera, em Mallorca, e depois serão realojados permanentemente em Alicante, na Espanha continental.

Segundo a Guarda Civil, as espécies criadas pelo casal exigem grandes espaços e podem representar riscos para os humanos. Por isso, os envolvidos no esquema passaram a cruzar felinos selvagens com gatos domésticos, buscando criar exemplares exclusivos e menos perigosos, mas ainda assim valiosos no mercado ilegal.

Todos os animais apreendidos são protegidos pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), um acordo internacional que regula a preservação da vida selvagem. O casal responderá por crimes contra a fauna, contrabando, falsificação de documentos e formação de quadrilha.

De acordo com o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW), a União Europeia é atualmente o terceiro maior destino de tráfico ilegal de vida selvagem e funciona como um dos principais corredores para esse tipo de crime no mundo.

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