Casal é preso por incendiar casa de vizinhos após discussão por gato: jovem morre e três ficam feridos

Casal suspeito de incendiar casa de vizinhos após discussão por causa de gato é preso durante fuga

Dupla foi encontrada pela PM em Belo Jardim e levada para Jaboatão dos Guararapes para prestar depoimento. Incêndio deixou jovem morta e três feridos da mesma família.

Um casal suspeito de tocar fogo na casa de vizinhos no domingo (5), em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, foi preso pela Polícia Militar (PM) durante fuga na cidade de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, na terça-feira (7). Uma mulher de 25 anos morreu e outros três parentes ficaram gravemente feridos no incêndio, que aconteceu após uma discussão entre vizinhos por causa de um gato.

Segundo a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), a dupla foi detida por agentes do 15º Batalhão de Polícia Militar. Após prestarem depoimento à Polícia Civil, o homem foi preso em flagrante; e a mulher, liberada.

O DE entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para saber se o homem já passou por audiência de custódia, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

De acordo com a Polícia Civil, o caso é investigado pela 11ª Delegacia de Homicídios, em Jaboatão dos Guararapes, onde os suspeitos prestaram depoimento.

O DE também procurou a Polícia Militar para questionar se o casal fugia em algum veículo — já que foi interceptado pelos agentes — e a que local pretendia chegar, mas a corporação não respondeu até a última atualização desta reportagem.

JOVEM MORTA E TRÊS FERIDOS

– Samara Cristina, de 25 anos, morreu e outras três pessoas da mesma família ficaram gravemente feridas após terem a casa incendiada em Jaboatão dos Guararapes;
– Segundo testemunhas, o incêndio foi provocado após uma discussão entre duas vizinhas, no sábado (4), por causa da morte do gato de uma terceira vizinha;
– Ainda de acordo com testemunhas, a casa foi queimada de fora para dentro com combustível inflamável;
– As vítimas foram encontradas por vizinhos, abraçadas no banheiro da casa, e foram levadas ao Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, na área central do Recife;
– A morte de Samara aconteceu na segunda-feira (6) no HR;
– Os pais de Samara e a irmã dela seguem internados no Hospital da Restauração, que informou que o quadro clínico dos três pacientes é grave, mas estável;
– Ainda no domingo (5), moradores invadiram a residência do casal suspeito e acenderam uma fogueira na rua para tocar fogo nos pertences do homem e da mulher (veja vídeo abaixo).

Moradores pedem justiça por família que teve casa incendiada em Jaboatão dos Guararapes.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Casos de Raiva Humana: Mulher contrai doença após mordida de sagui em Pernambuco

Mulher contrai raiva humana após ser mordida por sagui; caso é o primeiro
confirmado em Pernambuco em oito anos

Paciente tem 56 anos e está internada no Hospital Oswaldo Cruz, em Santo Amaro,
no Centro do Recife.

1 de 1 Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), localizado na região central
do Recife — Foto: Pedro Alves/DE

Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), localizado na região central do
Recife — Foto: Pedro Alves/DE

Pela primeira vez em 8 anos, Pernambuco registrou um caso de raiva humana no
estado. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (9), pela Secretaria
Estadual de Saúde (SES). De acordo com o governo, a paciente é uma mulher de 56
anos, que foi atacada por um sagui.

A mulher é natural de Santa Maria do Cambucá, no Agreste. Ela tinha uma lesão na mão esquerda e, no dia 31 de dezembro de 2024, deu entrada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, no Centro do Recife. O local onde a paciente está internada é referência no atendimento de doenças infecto-contagiosas.

Nove dias depois da internação, na quarta-feira (8), um exame realizado pelo Instituto Pasteur confirmou a contaminação por raiva. Segundo a SES, na época em que foi internada, ela apresentava um quadro de dormência que se estendeu para o tórax. Além disso, ela também sofria de dores e fraqueza. No dia 2 de janeiro deste ano, ela teve piora significativa e foi intubada.

De acordo com a Universidade de Pernambuco (UPE), responsável pelo Huoc, a paciente também apresentou quadro neurológico grave de agitação, além de insuficiência respiratória. Ela está sob sedação profunda e não tem sinais de infecção bacteriana secundária. Ainda segundo a UPE, a paciente “continua sendo monitorada pela equipe médica acerca de possíveis complicações da doença, seguindo com o tratamento e observando caso apareça algum aumento significativo dessas dificuldades”.

Segundo relatos da investigação do instituto, nos dias anteriores ao contato da paciente com o animal, ocorreram queimadas na região, que resultou na fuga do animal da mata.

A raiva humana é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, que é encontrado geralmente em morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue. De acordo com a SES, a taxa de letalidade é de 100%. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos: nove causados por mordidas de cães; 24, por morcegos; seis, por primatas não humanos; dois, por raposas; quatro, por felinos; e um, por bovino. A doença pode ser transmitida ao ser humano pelo contato com saliva e secreções de mamíferos infectados, sejam eles cães, gatos, macacos, bovinos, porcos, além do próprio morcego, entre outros. Os sinais podem permanecer de 2 a 10 dias após o período de incubação.

Apesar da taxa de letalidade ser de 100%, em 2009, um adolescente pernambucano de 16 anos foi o primeiro brasileiro a se curar da raiva humana. Marciano Menezes da Silva estava dormindo quando foi mordido por um morcego e contaminado pela doença. Ele foi internado no Huoc, onde foi tratado. A prevenção contra a raiva pode ser feita por meio da vacinação. A vacina é administrada tanto em humanos quanto em animais de estimação.

De acordo com a UPE, em caso de agressão por animais silvestres, a primeira medida a ser tomada é procurar assistência médica para que seja realizada a profilaxia. O profissional de saúde vai analisar e decidir se é necessário tomar a vacina ou soro contra a raiva. Todos os anos, o governo realiza uma campanha de vacinação antirrábica. A imunização de cães e gatos é essencial para proteger os animais e evitar a transmissão do vírus para os seres humanos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp