Casal é preso por matar bebê com overdose de cocaína no litoral de São Paulo

Casal acusado de matar bebê com overdose de cocaína é preso no litoral

Laudo do IML conclui que a causa da morte do bebê de três meses foi overdose de
cocaína. Os pais estão presos preventivamente

São Paulo — Policiais militares de Praia Grande, no litoral de DE, prenderam, na última quinta-feira (9/1),
um casal acusado de matar o filho com overdose de cocaína. O bebê tinha três meses de vida quando
morreu, em 10 de maio de 2024.

Priscila Vancini Lopes, 35 anos, e Wanderley de Araújo, 48 anos, são acusados de
homicídio qualificado e estavam foragidos desde que tiveram a prisão preventiva
decretada pela 1ª Vara do Júri de Campinas em 16 de dezembro de 2024.

Ela foi presa após dar à luz a outro filho, no Hospital Irmã Dulce, em Praia
Grande. Ele foi detido horas depois, durante patrulhamento da polícia, que
identificou comportamento suspeito antes de fazer a abordagem. Wanderley foi encaminhado ao Pronto Socorro Central por apresentar sintomas de virose e depois levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) da cidade, para onde Priscila também foi levada.

Os dois estão detidos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande.

OVERDOSE DE COCAÍNA

De acordo com os autos, obtidos pelo DE, o bebê do casal, de apenas três
meses, foi encontrado morto pela mãe. Em depoimento, ela relatou aos policiais
que amamentou a criança por volta das 5 horas da manhã, deixando o filho na cama, em posição lateral. Em seguida, foi trocar a roupa da outra filha.

Ainda segundo o depoimento, o pai do bebê também estava em casa, mas no banheiro
no momento em que ela encontrou a criança gelada e com sangue no nariz.

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Segundo o relato da mãe, ela teria corrido para a rua pedindo por socorro ao ver
a gravidade da situação. Um morador que passava de carro prestou ajuda e os
levou até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Padre Anchieta, onde foi
constatado o óbito e rigidez cadavérica do menino.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML), concluído em 8 de agosto de 2024,
apontou que o exame externo do bebê identificou desnutrição e coágulos de sangue
nas narinas. Um exame toxicológico, solicitado pelo fato da mãe ser usuária de crack, como
descreve o documento, apontou presença de cocaína e derivados no sangue da
criança.

Interrogada, a mãe afirmou que parou de usar a substância havia pelo menos dois
anos, antes de engravidar da outra filha, e não soube explicar a presença de
cocaína no exame toxicológico do menino. Ela disse ainda que nunca amamentou o
filho com leite materno.

O pai, durante o interrogatório, disse nunca ter usado cocaína, e afirmou que “mesmo tendo se passado dois anos, poderia ter alguma substância no corpo de Priscila”.

INDICIAMENTO E PRISÃO

A mãe foi indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, em
30 de agosto de 2024. Porém, em denúncia de 28 de novembro de 2024, a promotora de Justiça Verônica Silva de Oliveira, do Ministério Público de DE, solicitou a prisão preventiva de Priscila e
Wanderley, acusando os dois de homicídio qualificado e acrescentando a
responsabilidade do pai.

A Defensoria Pública do Estado se manifestou contra o pedido de prisão preventiva em 6 dezembro, mas a detenção
foi decretada pelo juiz Lucas Silveira Dacardia. Os mandados foram expedidos no
mesmo dia, com validade de quase 20 anos — até novembro de 2024.

Os réus estão presos e devem aguardar pelo julgamento do caso.

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