Casal mantém filhos e idoso em cárcere privado por 2 anos: Caso de terror em SP

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Casa de terror: casal mantinha filhos e idoso em cárcere há 2 anos

Uma criança de 10 anos, dois adolescentes e um idoso eram mantidos em cárcere
sem alimentação enquanto sofriam agressões em Registro (DE)

São Paulo — Uma criança de 10 anos e dois adolescentes, de 12 e 14 anos, foram
mantidos em cárcere privado sob maus-tratos e violência física pelo pai e pela
madrasta em Registro, no interior de São Paulo
[https://www.de.com/sao-paulo], por mais de dois anos.

De acordo com o Conselho Tutelar de Registro
[https://registro.sp.gov.br/utilidade-publica/conselho-tutelar/], as crianças
não recebiam alimentação adequada e tinham sinais de agressões físicas quando
foram resgatadas. Em um episódio, a adolescente de 14 anos teve o dedo da mão
decepado por ter pegado comida escondida. Os três menores apresentavam sinais de
mordidas em todo o corpo, feitas pela madrasta.

> “Eles não recebiam alimentação corretamente e imploravam por comida”, contou o
> conselheiro tutelar Fábio Costa e Silva ao DE. “Isso tudo foi relatado
> espontaneamente pelas crianças, quando foram levadas a uma unidade de pronto
> atendimento, e confirmado no IML [Instituto Médico Legal].”

O Conselho Tutelar recebeu denúncia de um membro familiar das crianças na
quarta-feira (12/3), inicialmente por evasão escolar. No entanto, na sexta-feira
(14), a denúncia foi reforçada com informações de que as crianças estavam sendo
mantidas sob cárcere privado e sofrendo violência física.

Quando o conselheiro fez a visita na residência do pai e suspeito, em Registro,
ele alegou que desconhecia o paradeiro dos filhos, informando que a guarda
estava sob responsabilidade da avó paterna, em Curitiba. Com essa informação, a
avó foi contatada via chamada de vídeo e, após apresentar resistência, confessou
que elas estavam com o pai.

Com essa confirmação, o Conselho acionou a Polícia Civil
[https://www.policiacivil.sp.gov.br/portal/faces/pages_home], que solicitou ao
judiciário mandado de busca e apreensão na casa do homem. No sábado (15), o
órgão entrou na residência acompanhado de policiais e constatou que as crianças
não estavam mais lá. Mais tarde, foi apurado que a madrasta as havia levado de
volta a Curitiba.

Em uma segunda chamada de vídeo, o conselheiro viu as crianças na casa da avó e
acionou o Conselho Tutelar de Curitiba, que foi até o local e encaminhou os
menores a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foram constatados todos
os abusos. De acordo com Costa e Silva, eles receberam alta na noite dessa
terça-feira (18) e foram levados a um centro de acolhimento.

Em 2016, os genitores perderam a guarda das crianças. “Ambos eram negligentes
aos cuidados, e na época [2016], as crianças foram acolhidas em Instituição de
Acolhimento aqui em Registro”, contou Fábio Costa e Silva. Após passarem pelo
abrigo, os três passaram a viver com a avó em Curitiba, até o pai trazê-los de
volta à cidade paulista há pelo menos dois anos.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública [https://www.ssp.sp.gov.br/] (SSP)
informou que o caso foi registrado no 2º Distrito Policial de Registro como
sequestro e cárcere privado, maus-tratos e lesão corporal, sendo investigado por
meio de inquérito policial.

“As diligências continuam para localizar o responsável”, afirmou a pasta. De
acordo com Fábio Costa e Silva, o mandado de prisão contra o pai das crianças já
foi solicitado à Justiça.

IDOSO VÍTIMA DE MAUS-TRATOS

Na segunda-feira (17/3), o Conselho Tutelar de Registro recebeu uma terceira
denúncia, dessa vez em referência a maus-tratos de um homem idoso cadeirante,
também mantido sob cárcere privado na mesma residência. Eles haviam visto o
idoso na casa na visita do sábado (15), mas ainda não tinham conhecimento dos
maus-tratos.

Trata-se do avô das crianças, pai do acusado. Junto à polícia, mais uma vez foi
feita uma visita na casa e ele foi retirado do local e hospitalizado. Não há
informações sobre o estado de saúde dele.

Questionada sobre essa ocorrência, a SSP não se pronunciou até a publicação
desta reportagem.

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