Casal norte-americano condenado por abusos e trabalho forçado contra crianças adotivas: detalhes do caso chocante

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Pais adotivos são condenados por abusos e trabalho forçado de crianças

O casal norte-americano enfrentou uma série de acusações, incluindo trabalho
forçado, violações de direitos civis e negligência infantil

Em 29 de janeiro, após oito horas de deliberações, um casal, de Sissonville, na
Virgínia, nos Estados Unidos, foi condenado por uma série de abusos cometidos contra os filhos adotivos.

Jeanne Kay Whitefeather, 62 anos, e Donald Ray Lantz, 63, enfrentaram uma dúzia
de acusações, incluindo trabalho forçado, violações de direitos civis, tráfico
de pessoas e negligência infantil.

Os dois adotaram os cinco irmãos de um abrigo para jovens vulneráveis enquanto
moravam em Minnesota. Em 2018, eles se mudaram para uma fazenda no estado de
Washington e, anos depois, em 2023, levaram a família para Virginia, quando as
crianças, todas negras, tinham entre 5 e 16 anos.

Em outubro de 2023, após vizinhos flagrarem Donald trancar a menina mais velha e
seu irmão adolescente em um galpão e deixar a propriedade, o casal foi preso e o
caso se tornou público. Na época, um policial usou um pé de cabra para libertar
as crianças. No local, as autoridades encontraram evidências de abandono, dos
abusos e das precárias condições em que as crianças viviam.

Quase um ano depois do ocorrido, em junho de 2024, surgiram mais denúncias sobre
os crimes cometidos por Jeanne e Donald. As autoridades afirmaram que os abusos
eram recorrentes e se estenderam por anos, o que afetou a saúde física e
emocional das crianças.

Durante o julgamento, de acordo com informações divulgadas pela ABC News,
vizinhos testemunharam que nunca viram as crianças brincarem e ainda relataram
terem visto Donald obrigar os filhos a realizar tarefas difíceis no quintal,
incluindo levantar itens pesados.

Aos 18 anos, a filha mais velha do casal deu um dos depoimentos mais
significativos. Ela contou que as crianças eram forçadas a usar as mãos para
cavar, que eram alimentadas com uma dieta de sanduíches de manteiga de amendoim
em horários programados, que ficavam em pé em seus quartos por horas com as mãos
na cabeça e que usavam baldes como banheiros.

Terminado o julgamento, a promotora do Condado de Kanawha, Debra Rusnak, disse
que chorou ao ouvir a palavra “culpado” repetida várias vezes. “Esses casos
significam muito para nós — levamos muito disso para o lado pessoal”, disse em
uma entrevista coletiva divulgada pela ABC News. “Esta é a nossa comunidade, e
essas são as crianças da nossa comunidade. Se não vamos lutar por elas, quem
vai?”, acrescentou.

A defesa do casal rejeitou as acusações, e Donald, inclusive, disse que as
tarefas foram atribuídas para ensinar responsabilidade às crianças. Os dois
retornarão ao tribunal em março de 2025 para determinação da sentença.

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