Casal perseguido em SC revela prints com ameaças de stalker: ‘Perdemos nossa
liberdade, nossa segurança’
‘Ou vou embora ano que vem ou você vai morrer esfaqueado’, afirmou mulher em uma
das mensagens a dentista. Caso aconteceu no Litoral Norte.
Casal vítima de stalker em SC revela prints de ameaças; leia trechos
Casal vítima de stalker em SC revela prints de ameaças
O dentista e a namorada dele, perseguidos pela mulher de 24 anos presa nesta
semana em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, afirmaram que perderam a liberdade e tiveram familiares e amigos importunados durante anos pela suspeita. Ao se manifestar pela primeira vez sobre o caso, eles também revelaram os prints com as ameaças.
A mulher foi presa na segunda-feira (3) por injúria, ameaça e stalking (perseguição em inglês), após descumprir medidas cautelares impostas no processo. Na noite de quinta-feira (6), Felipe Cordeiro e Bruna Mascarello falaram sobre as perseguições.
> “Passamos a viver um inferno, uma vida restrita, sempre com cautela. Temos
> cuidado no trabalho e sempre com orientação para as pessoas próximas a nós
> estarem cientes das ameaças. Afinal, ninguém quer cruzar com a pessoa que diz
> que vai te matar e já comprou o estilete”, afirmaram.
Entre as mensagens divulgadas pelo casal, a suspeita enviava ao dentista textos
e e-mails fantasiosos e ilusórios que indicavam um relacionamento hipotético. No
entanto, quando as mensagens viraram ameaça, eles decidiram denunciar o caso.
A “stalker”, que conheceu Felipe em 2019, durante um tratamento odontológico, disse em um dos textos: “De duas uma, ou vou embora ano que vem ou você vai
morrer esfaqueado”.
> “Perdemos nossa liberdade, perdemos nossa segurança. Fomos ameaçados,
> injuriados de inúmeras formas”, escreveram os dois em uma publicação nas redes
> sociais.
Em 2023 e 2024, a suspeita invadiu o prédio onde o dentista e a mulher residem
ao menos duas vezes. Ela também foi atrás do casal na praia e os insultou. As informações constam em processo de indenização movido contra ela.
Quase um mês antes de ser presa a mulher fez uma publicação nas redes sociais
dizendo que havia enviado “inúmeros e-mails” ao dentista. À noiva, ela pediu que
se afastasse.
> “Meu amorzinho, te mandei inúmeros e-mails nesses últimos dias te dizendo
> exatamente o que quero que você faça. Não me interessa quem está certo ou
> errado!”.
O termo “stalkear” muitas vezes parece banal, utilizado para se referir a
prática de bisbilhotar os posts de pessoas. A curiosidade, por si só, não
configura nenhum tipo crime. O delito ocorre quando isso passa a influenciar na
vida de quem é acompanhado.
> “O que caracteriza o crime é quando há uma ameaça à integridade física ou
> psicológica da pessoa, restringindo uma capacidade de se locomover ou
> perturbando a liberdade ou a privacidade do alvo”, explicou Nayara Caetano
> Borlina Duque, delegada da DCCIBER (Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia
> Civil de São Paulo), em entrevista ao DE, em 2021.