Vinicius Martins de Melo e sua esposa, Camila Rosa Melo, suspeitos de aplicar golpes em produtores rurais de Rio Verde, serão incluídos na lista de procurados da Interpol. O casal, que está atualmente nos Estados Unidos, é investigado por fraudes envolvendo a venda de grãos. Outras quatro pessoas foram presas suspeitas de integrar o esquema criminoso.
Segundo o delegado Márcio Marques, a investigação teve início após várias denúncias de estelionato contra os produtores da região. Em três anos, os suspeitos movimentaram mais de R$ 19 bilhões em fraudes financeiras, segundo estimativas da polícia, que pediu a quebra de sigilo bancário para apurar o valor exato do prejuízo.
Além do estelionato, as investigações apontaram que o casal estava envolvido em um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Para isso, criaram empresas fantasmas e utilizaram laranjas para emitir notas fiscais falsas sem o devido recolhimento de impostos, um esquema conhecido como “empresas noteiras”.
Na última semana, a Polícia Civil apreendeu mais de 400 veículos, sete imóveis e duas aeronaves ligadas ao grupo, bens adquiridos com os lucros obtidos pelos golpes aplicados aos produtores.
Até agora, 13 vítimas registraram boletins de ocorrência contra o casal, mas o delegado acredita que o número real seja maior, já que alguns produtores preferiram não denunciar. Os relatos indicam que Vinicius abordava os agricultores com a promessa de comprar grãos, mas, após receber os pagamentos, não entregava a mercadoria, revendendo os produtos a terceiros.
Informações extraoficiais indicam que a empresa do casal comprou mais de 3 milhões de sacas de grãos, pagando cerca de R$ 60 por unidade, com pagamentos previstos para os próximos meses. Alguns produtores já entregaram toda a produção à empresa.
O delegado Márcio Marques informou que mais detalhes serão divulgados assim que os dados forem reunidos. Até o momento, a defesa do casal não foi localizada. O espaço permanece aberto para manifestações.