Casamentos de menores de idade caem; média é de 8,7 em 2022

As pessoas estão se casando mais tarde e ficando menos tempo juntas no Brasil, mas um fenômeno social atípico persiste – apesar da tendência de queda. O matrimônio de um ou dois menores de idade, de acordo com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). O total de registros desse tipo de união foi de  718 até o dia 31 de março deste ano, ou seja, média de 8,7 por dia.

Nesta semana, um caso relacionado ganhou repercussão. O prefeito da cidade paranaense de Araucária, de 65 anos, se casou com uma adolescente de 16 somente quatro dias após ela completar aniversário. A situação não contraria a legislação, considerando que a jovem foi emancipada pelos pais e pode tomar as próprias decisões. A única proibição é conseguir a carteira de motorista, que exige idade mínima de 18 anos.

A idade média do brasileiro ao contrair o primeiro casamento tem se elevado. Em 1974, os homens se casavam em média aos 27 anos e a idade média era de 33 anos em 2014. As mulheres casavam mudaram o estado civil aos 23 anos em 1974 e subiu para 30 anos em 2019, de acordo com o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Goiás, os noivos deixam de ser solteiros na faixa entre 20 e 29 anos, informa a Arpen.

Uma pesquisa feita pelo Instituto de Estudos da Família (IFS) da Universidade de Utah indica que casamento envolvendo adolescentes têm maior chance de divórcio devido à reprovação social, desaprovação da família e personalidade em formação que pode resultar em desentendimentos. O trabalho concluiu que a idade ideal para o “felizes para sempre” é na casa dos 20 anos. As chances de rompimento sobem 5% ao ano na classificação etária acima dos 32 anos.

Segundo o Código Civil, uma pessoa pode conquistar a maioridade antecipadamente dos 18 para os 16 anos. A modalidade ocorre nas formas voluntária com autorização dos pais, judicial por meio de sentença e legal de forma automática, em ocasiões como exercício de emprego público efetivo e colação de grau em curso de ensino superior, por exemplo.

A estimativa é que mais de 2,2 milhões de garotas abaixo dos 18 anos vivam uniões estáveis no Brasil. Os números da organização Girls not Brides colocam o País na quinta  colocação mundial de casamento infantil. Uma das discussões apontadas por especialistas está relacionada aos empecilhos à autonomia econômica e profissional das jovens mulheres, que costumam ter origem rural e baixo poder aquisitivo.

Número de casamentos com um ou dois menores de idade no Brasil, em média por dia:

-2022: 8,7 

-2021: 9,1

-2020: 8,4

-2019: 10,3 

-2018: 10,4 

Fonte: Arpen

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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