Última atualização 02/08/2024 | 10:27
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prisão domiciliar da falsa biomédica Grazielly da Silva Barbosa. A goiana foi presa em 3 de julho, após aplicar polimetilmetacrilato (PMMA) nos glúteos da influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, que morreu em decorrência a complicações do procedimento.
A prisão foi autorizada após a defesa de Grazielly entrar com pedido de habeas corpus no STF alegando que a acusada tem filho menor de 12 anos e é a única responsável pela criança. Além disso, os advogados informaram que a mulher também é encarregada de cuidar do pai e da mãe, que possuem câncer maligno.
“Não têm sequer condição para cuidarem de si, ir ao tratamento e fazerem atividades laborais normais, muito menos cuidar de uma criança menor”, informou os advogados no pedido.
Na decisão, o STF especificou que Grazielly só pode se ausentar da residência onde mora com autorização judicial e que “o descumprimento da prisão domiciliar implicará o restabelecimento da custódia preventiva, que poderá ser novamente decretada, a qualquer tempo, caso sobrevenha excepcional situação que exija a adoção de medida mais gravosa”, diz trecho da decisão.
Entenda o crime
Aline Maria Ferreira morreu em 2 de julho, após ficar internada por dias em hospitais de Brasília. Segundo parentes, a influencer teve uma infecção generalizada após aplicação de PMMA nos glúteos e precisou ser internada às pressas após sintomas, como febre e dor na barriga.
Na ocasião, a influencer entrou em contato com Grazielly, responsável pelo procedimento, que recomendou que a paciente tomasse um analgésico.
No entanto, Aline continuou a passar mal e foi levada para um hospital particular e, posteriormente, transferida para uma unidade regional pública da área (Hran), onde ficou por um dia. Ela foi transferida novamente para um hospital particular no dia seguinte e, três dias depois, veio à óbito.
Grazielly é apontada como responsável pelo procedimento, dona da clínica Ame-se, em Goiânia. Ela se apresentava como biomédica, mas foi desmentida pelo Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região (CRBM-3), que informou não ter registro profissional da mulher.
A suspeita chegou a visitar Aline no hospital e, na ocasião, informou não ter aplicado o produto, mas um bioestimulador. Além disso, Grazielly disse que Aline poderia ter pegado uma infecção no lençol de casa, versão desmentida pela família da vítima.