Última atualização 22/07/2022 | 21:07
Os três homens presos pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Bruno e Dom foram assassinados após uma emboscada no Vale do Javari, na Amazônia, no mês passado.
Hoje, a Justiça acatou o pedido e os três acusados: Amarildo da Costa Oliveira (conhecido por “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) se tornaram réus. O caso tramita em sigilo.
“De acordo com o MPF, já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena. O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF como motivo fútil e pode agravar a pena”, diz um comunicado do MPF, que detalha o documento.
Bruno, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), e Dom, correspondente do jornal britânico The Guardian, foram mortos a tiros no dia 5 de junho quando faziam o trajeto de barco da comunidade ribeirinha São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), no Vale do Javari.
O MPF destaca que Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto Oseney foi relacionado a ele por meio de depoimentos de testemunhas. Os três estão presos preventivamente em Manaus (AM) sem prazo limite para a detenção.
Além dos três suspeitos, a Polícia Federal (PF) também deteve em flagrante Rubens Villar Coelho. Conhecido como “Colômbia”, ele foi preso por uso de documento falso ao apresentar duas identidades, uma brasileira e outra colombiana, com nomes diferentes à delegacia da PF em Tabatinga (AM), onde havia ido voluntariamente prestar depoimento sobre o caso.
Em entrevista à imprensa, a PF informou que Rubens negou envolvimento com o homicídio e com a ocultação dos corpos de Bruno e Dom. O suspeito, no entanto, é investigado por ter ligações com Amarildo e por supostamente ser um dos financiadores da pesca ilegal em terras indígenas.