Caso Danilo: Com réu confesso e preso, morte de criança segue rondada de mistérios

O menino Danilo.

Um ano e três meses depois da morte brutal de Danilo de Sousa e Silva, de 7 anos, o principal suspeito, o servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira, de 19 anos, aguarda julgamento preso. Apesar disso, a sensação de justiça não faz parte da rotina da família da criança, nem da comunidade onde ela vivia, uma ocupação no Residencial Santa Rita, região Oeste de Goiânia. Danilo era um dos seis filhos de Gracilene Almeida da Silva, que vive da venda de material reciclável junto com o marido Reginaldo Lima dos Santos, padrasto do menino e que chegou a ser preso pelo crime.

Morte de Danilo

Danilo soltava pipa na tarde do dia 21 de julho de 2020 em um campo de terra próximo a uma mata ao lado da ocupação quando desapareceu. O corpo dele foi encontrado seis dias depois, no dia 27, no final da tarde, já em estado avançado de decomposição. A causa da morte, conforme a perícia, foi asfixia por afogamento.

No mesmo dia, o delegado Ernane Cazer, da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) realizou a prisão em flagrante de Hian e de Reginaldo com base nos indícios de autoria que surgiram com os depoimentos de familiares, amigos da criança e de vizinhos da ocupação.

Ferramentas encontradas perto do local do crime / Foto: Polícia Civil

Uma figura central nas investigações e na vida de todos os personagens envolvidos, o pastor Fabiano Martins da Silva, de 34 anos, ajudava com doações de cestas, roupas e calçados as famílias da ocupação. Era na casa do pastor que Hian morava há alguns meses, a pedido da avó, porque estaria devendo aluguel na casa onde morava. Ao longo do inquérito, Fabiano prestou depoimento três vezes, sendo uma ainda quando Danilo estava desaparecido.

Depoimentos

No primeiro depoimento prestado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Fabiano falou sobre o comportamento violento de Reginaldo com a esposa Gracilene.

“Reginaldo sempre dizia que Gracilene era puta e ele sempre dizia que ela não valia nada e tinha caso com todos os homens da invasão”, disse.

Ele também disse ter visto Reginaldo brigando com Danilo e que o menino teria revelado que não gostava do padrasto. Em outro depoimento, já na DIH, contou que nenhuma pessoa da casa dele saiu na noite do desaparecimento de Danilo.

No último depoimento, dia 5 de agosto de 2021, Fabiano alegou ser um pouco esquecido por causa dos remédios que usa para dormir, e acrescentou que no dia do desaparecimento do menino, Hian chegou em sua casa somente por volta das 19 horas.

As informações complementares do pastor à Polícia Civil foram fornecidas de acordo com o andamento da investigação – quando a criança estava desaparecida, no momento que o corpo foi encontrado e após a confissão de Hian.

Prisão

Reginaldo e Hian foram presos em flagrante na noite de 27 de julho de 2020. Na DIH, Hian disse que ajudou Reginaldo a matar o enteado. Ele teria atraído Danilo até o brejo que tem na mata, local onde Reginaldo teria afogado a criança em uma poça de lama e depois perfurado o ânus dele com um pedaço de pau. Hian, nesta versão, teria apenas atraído a criança e vigiado na mata para que ninguém visse Reginaldo.

Como o padrasto foi apontado como principal suspeito, a população tentou atear fogo na casa dele e houve uma revolta na ocupação. Preso, negou envolvimento com o desaparecimento e morte da criança. Ele disse que no dia do desaparecimento de Danilo levou o garoto até um lava jato e depois a uma garagem. Depois passou em uma lanchonete, onde ficou conversando com funcionários até que o lanche dos filhos ficasse pronto. Chegou em casa com açaí para as crianças. O álibi foi confirmado posteriormente.

No mesmo dia da prisão, Hian reconsiderou sua versão. Ele disse que matou a criança sozinho por ciúme do pastor Fabiano e por dar atenção à família de Reginaldo. O inquérito foi concluído com o indiciamento dos dois por homicídio e ocultação de cadáver.

Hian Alves foi detido em Abadia de Goiás / Foto: Polícia Civil.

Reginaldo foi solto no dia 12 de agosto, quando o juiz Antônio Fernandes de Oliveira revogou a prisão em flagrante dele. Um dia antes, Hian foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, mediante emprego de meio cruel consistente em asfixia e mediante dissimulação). Ele ainda foi denunciado pelo crime de denunciação caluniosa contra Reginaldo, por tê-lo apontado como autor do crime.

Família

Gracilene, mãe de Danilo, não acredita que Hian tenha cometido o crime sozinho. “Não posso afirmar quem seja, mas acredito que é alguém próximo do Hian”. Desde o assassinato do filho, ela, o marido e os filhos se mudaram para uma casa na região. “A gente não podia ficar mais na ocupação. O Reginaldo está tentando superar o trauma que ele passou de ser acusado do crime.”

A mãe de Hian, a auxiliar de serviços gerais Rosângela de Oliveira Silva, de 39, não vê e não fala com o filho desde o dia em que ele foi levado preso. Por causa da pandemia de Covid-19, visitas aos presos são proibidas. “Eu nunca mais falei com meu filho. Eu não sei em quem eu acredito. Tenho até medo de conversar sobre isso”.

Ela conta que ela e os outros 7 filhos tiveram de sair da ocupação. Isso por causa das represálias desde que o filho confessou ter matado Danilo. “Fui acusada de ser mãe de assassino de criança. Sou muito discriminada e não consigo mais emprego”. Rosângela acredita que Hian esteja acobertando o verdadeiro assassino de Danilo.

Meu filho sempre me ajudou. Todo mundo gostava dele. Sempre foi muito atencioso com todo mundo, com crianças, com idosos. Não acredito que ele tenha feito isso“, disse.

A mãe contou Hian começou a distanciar-se dela e a brigar com a família depois que passou a morar na casa do pastor Fabiano.

Hian tem a mente muito fraca. Já estava brigando com a família por causa do pastor. Ele seduziu meu filho dizendo que ia dar moto pra ele, que ia colocar meu filho pra trabalhar no gabinete dele se ele fosse eleito vereador. Meu filho gostava de estar com o pastor. Eles se conheciam desde que o Hian tinha 15 anos“.

Arrumando o jantar com uma lata de sardinha e poucos alimentos em um fogão à lenha, com aluguel atrasado, Rosângela lamenta não ter como ajudar o filho. “Eu queria que a Justiça me deixasse falar com meu filho. Tenho o direito de ver e de falar com ele”. Uma moradora da ocupação, que pediu para não ser identificada por temer represálias, foi ouvida pelo Diário do Estado. Para ela, Hian está escondendo o autor do crime.

Os advogados

A defesa de Hian, feita gratuitamente pelos advogados Gilles Gomes, Carolina de Souza Batista, Allan Hahnemann e Ana Paula Guido Soares, pede a absolvição sumária do cliente por não haver provas ou elementos contra ele. Na audiência de instrução e julgamento dele, as advogadas Ana Guido e Carolina Batista denunciaram que Hian teria confessado o crime sob tortura. Elas também comunicaram ao juíz que durante a audiência, o pastor Fabiano da Silva estava orientando as testemunhas, após ele mesmo ter sido ouvido.

Por conhecer todos as pessoas da ocupação na época e figurar no inquérito e processo que apuram o caso, o Diário do Estado falou também com o pastor Fabiano por telefone. Ao ter conhecimento que a reportagem era sobre a morte de Danilo ele ameaçou processar o jornal, disse que está sofrendo cristofobia e homofobia e não ouviu nenhuma pergunta, desligando em seguida o telefone.

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Natal do Bem amplia acesso com nova entrada pela BR-153

O acesso via BR-153 é novidade na edição do Natal do Bem 2024, em Goiânia. Este ano, o evento conta com seis áreas de estacionamento, sendo duas próximo à rodovia federal. Ao todo, são 12 mil vagas rotativas e gratuitas disponíveis para os visitantes.

Para chegar ao Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) pela BR-153, é necessário seguir pela marginal no primeiro ponto de acesso – próximo à Universidade Paulista (Unip), virar à direita na Rua Recife/Araxá, fazer o retorno, virar à direita na Alameda Barbacena e, por fim, virar à esquerda na Rua 106.

Para quem preferir outro percurso, pode fazer o trajeto pela GO-020, virar à direita na Avenida Doutor José Hermano e seguir até os pontos de estacionamentos próximos ao CCON. Há equipes técnicas em todos os locais para orientar os visitantes.

Em todos os acessos (vias BR-153 e GO-020), há também pontos de embarque e desembarque para usuários de transporte por aplicativos.

Para os usuários do transporte coletivo, o Natal do Bem conta, este ano, com duas linhas exclusivas e gratuitas: uma com ponto de embarque e desembarque no Deck Sul 1 do Flamboyant Shopping, e outra com ponto em frente ao Museu Zoroastro, na Praça Cívica.

As linhas funcionam de terça-feira a domingo, das 18 às 23 horas. A Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) também opera duas linhas regulares que atendem o itinerário até o local do evento: a 990, com parada no Terminal Praça da Bíblia, e a 991, no Terminal Isidória.

O Natal do Bem é uma iniciativa do governo estadual, por meio do Goiás Social e Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), e conta com entrada, estacionamentos e mais de 300 atrações culturais gratuitas.

O complexo natalino possui mais de 30 mil metros quadrados, quase três milhões de pontos de luz e uma Árvore de Natal de 40 metros de altura. A expectativa é que 1,5 milhão de pessoas visitem o evento, que segue até 5 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 18 às 23 horas.

O evento conta com os patrocínios da Saneago, Flamboyant Shopping, Flamboyant Urbanismo, O Boticário, Sicoob, Sistema OCB, Equatorial e Mobi Transporte.

Mapa dos acessos ao Natal do Bem:

 

 

 

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