Caso das joias: Bolsonaro pode ser preso se não voltar ao Brasil

Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser preso por ter ficado com  joias de R$ 16 milhões. A Polícia Federal (PF) deve esperar o retorno dele até abril para fechar o cerco na investigação que apura o recebimento ilegal do colar, relógio e brincos de diamante que teriam sido presente do governo da Arábia Saudita para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. A interpretação é que ocorreria uma “evasão do distrito da culpa”.

 

O conjunto de joias foi retido na alfândega no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e oito vezes alvo de tentativa de Bolsonaro e pessoas próximas de serem retiradas junto à Receita Federal. A situação contrariou o entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU). Um segundo presente composto por abotoaduras, caneta e um terço islâmico foi entregue pessoalmente ao ex-presidente diretamente no Palácio da Alvorada.

 

Ele reconheceu ter recebido os presentes e incluído no acervo pessoal. De acordo com o advogado de Bolsonaro, as joias têm caráter “personalíssimo” e não fazem parte do acervo de ex-presidentes que ficam sob responsabilidade do Estado brasileiro. A ilegalidade configuraria um flagrante que justificaria a prisão do político. A possível condenação desencadearia na inelegibilidade do ex-presidente. 

 

Após a divulgação, Jair inicialmente negou ter recebido ou pedido as joias do governo saudita. Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão”, disse à CNN à época. 

 

Em fevereiro, ele declarou em entrevista ao Wall Street Journal que retornaria ao Brasil em março para liderar a oposição ao governo Lula. Ele e a família estão nos Estados Unidos desde 30 de dezembro na masão do ex-lutador de UFC, José Aldo.

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Operação desmantela esquema de fraudes de R$ 40 milhões no Banco do Brasil; grupo aliciava funcionários e terceirizados

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) lançaram uma operação para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes que somaram mais de R$ 40 milhões contra clientes do Banco do Brasil. A ação, realizada na manhã desta quinta-feira, 21, incluiu a execução de 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados, entre eles funcionários e terceirizados do banco.
 
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), revelaram que os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos, como modens e roteadores, para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes. Esses dispositivos permitiam que os criminosos manipulassem informações, realizassem transações bancárias fraudulentas, cadastrassem equipamentos, alterassem dados cadastrais e modificassem dados biométricos.
 
A quadrilha atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas. Havia aliciadores que recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais; aliciados que forneciam suas credenciais mediante pagamento; instaladores que conectavam os dispositivos aos sistemas do banco; operadores financeiros que movimentavam os valores desviados; e líderes que organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema.
 
As denúncias começaram a chegar à polícia em dezembro de 2023, e as investigações apontaram que o grupo criminoso atuava em várias agências do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, incluindo unidades no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel, Centro do Rio, Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.
 
O Banco do Brasil informou que as investigações começaram a partir de uma apuração interna que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. A instituição está colaborando com a investigação, fornecendo informações e subsídios necessários.
 
A operação contou com a participação de cerca de 25 equipes policiais e tem como objetivo apreender dispositivos eletrônicos ilegais, coletar provas e identificar outros integrantes do esquema criminoso. Além disso, as autoridades estão em busca do núcleo superior do grupo criminoso e dos beneficiários dos recursos desviados.

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