Caso Davi: Gerente tirou tapume que fechava toboágua onde criança morreu

Engenheiro e gerente de clube tornam-se réus pela morte de menino que caiu no toboágua em Caldas Novas

Detalhes da investigação sobre a morte do menino Davi Lucas de Miranda, morto após cair de um toboágua, revelam que o gerente do parque aquático de Caldas Novas mandou tirar o tapume que fechava a entrada da obra do brinquedo aquático. O caso ocorreu em 13 de fevereiro de 2022.

O processo tramita na Vara de Caldas Novas há mais de um ano e está parado. De acordo com o relatório da investigação, é apontado que antes da morte havia sido colocado um tapume de forma correta para impedir a entrada de pessoas à escada do toboágua. A estrutura foi retirada após outra barreira ter sido colocada na área externa do brinquedo. 

”É possível visualizar a conduta imprudente por parte do gerente, uma vez que a investigação apontou que ele mandou que um tapume fosse levantado no interior do vulcão, mais precisamente a base da escada que levava à plataforma /*na qual os toboáguas se iniciavam, o qual foi construído conforme ordenado. Todavia, posteriormente, com a fixação do tapume na área externa ao vulcão, o gerente determinou que a barreira na escada fosse retirada dali.”, diz trecho do protesto. 

Responsável pelo caso, o delegado Rodrigo Pereira afirmou que o gerente e o engenheiro da obra violaram o dever objetivo de cuidado ao não escalarem funcionários para tomarem conta do local que servia de passagem para veículos na obra. 

“Estava delimitado apenas por fita plástica zebrada. Se houvessem tomado esse cuidado que lhes era imposto pelas circunstâncias concretas do local, teriam evitado a morte Davi Lucas naquela situação”, diz o delegado. 

O relatório apontou ainda que quatro pistas de descida tinham início da plataforma, mas somente uma estava fechada. 

O engenheiro civil responsável pela obra e o gerente foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção, pela Polícia Civil. A família da criança ainda não denunciou os acusados pois estão em conversa com a diretoria do clube e, após isso, o processo volta a andar. 

Obra sem sinalização e avisos 

De acordo com o Conselho de Engenharia e Arquitetura de Goiás (Crea), obras em locais de grande circulação de pessoas, como parque aquático, é indicado que tenha pessoas vigiando e orientando sobre a interdição para que apenas trabalhadores autorizados consigam ter acesso. 

“É muita gente, um público muito diversificado. Um detalhe importante é que o clube estava em operação. Circulam pessoas que não sabem dos locais onde estão impedido o acesso ou estão em manutenção”, disse o coordenador da área de segurança do Crea, Ricardo Ferreira.

Foram examinadas imagens das câmeras de segurança do clube DiRoma, que demonstrou o trajeto, a movimentação e a situação do parque até o evento fatal. 

Acidente

Davi Lucas estava de viagem com a família em Caldas Novas. A criança entrou no toboágua após pedir para ir ao banheiro e, como sabia nadar, o pai permitiu que ele fosse sozinho. O garoto entrou no brinquedo sem perceber que o mesmo estava fechado para manutenção. A perícia acredita que ele tenha tentado descer do toboágua azul escorregando quando caiu de uma altura de 13,8 metros. 

Davi Lucas foi socorrido por funcionários do clube e pelo Corpo de Bombeiros. Depois, ele foi levado até o Hospital Municipal de Caldas Novas, em estado gravíssimo e com diversas fraturas. 

Uma tentativa de transferência foi feita mas, no caminho, ele sofreu uma parada cardíaca e voltou ao hospital, onde morreu. 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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