Caso Davi Sebba: TJGO julga recursos contra sentença de PMs nesta terça-feira, 8

Dez anos após a morte do advogado Davi Sebba, a Justiça decide, nesta terça-feira (8), se altera ou não a decisão que absolveu dois dos três policiais acusados. O terceiro seria levado a julgamento pelo crime de homicídio simples – e não qualificado, que indica vítima indefesa. O Tribunal de Justiça de Goiás julga, a partir das 9h, os recursos contra a sentença proferida na Ação Penal do caso, em 2017. Davi morreu minutos antes do nascimento de seu filho, no estacionamento de um supermercado, em 2012.

Segundo a decisão de cinco anos atrás, todos os policiais militares acusados seriam absolvidos de outros quatro crimes que, de acordo com a acusação, foram cometidos contra o advogado. Entre eles, está o de fraude processual, por implantação de arma de fogo na cena do crime. A sentença foi proferida pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, que decidiu por não enviar os PMs Edinailton Pereira de Souza e Luiz Frederico de Oliveira à júri popular. Já o militar Jonathas Atenevir Jordão é quem iria a júri por homicídio simples. O inquérito do caso havia concluído que Davi fora assassinado e que a arma – que tinha numeração raspada – encontrada no banco do passageiro do carro, havia sido plantada no veículo.

O advogado de acusação, Allan Hahnemann Ferreira, afirma que a expectativa, inclusive da família, é de que a Justiça mude a sentença. “Estamos na expectativa de que a sentença do policial que foi mandado a júri seja corrigida e ele que ele responda por homicídio qualificado. E que os outros policiais que não foram mandados a júri também sejam. Davi foi executado de forma sumária. Os laudos comprovam que a versão dos policiais é falaciosa”, afirma o advogado de acusação.

A defesa dos PMs acusados, feita pelo advogado Tadeu Bastos, afirma que o disparo que matou Davi foi efetuado porque o advogado reagiu à intervenção policial. Bastos espera a manutenção da decisão de 2017. “A expectativa é que dê continuidade à decisão do juiz de primeira instância. Ficou muito claro que Davi Sebba era vinculado a uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, em Goiânia. A Polícia Federal (PF) passou as informações à PM porque ele estava atrapalhando a PF a chegar no chefe da organização”, pontua o advogado de defesa.

Relembre o caso

David Sebba foi morto no dia 5 de julho de 2012, no estacionamento do supermercado Carrefour, em Goiânia. O advogado fazia compras que seriam levadas à sua esposa, que estava na maternidade para o parto do filho do casal, quando foi abordado por três policiais militares à paisana. O filho, Gabriel Davi, nasceu minutos depois do falecimento de Davi, que foi morto por um tiro no peito.

Nenhum dos acusados foi preso ao longo dos dez anos, período em que houve cobranças por parte de órgãos institucionais. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) cobrou transparência e respostas do governo estadual sobre o crime, que qualificou como uma execução.

O então Ministério de Direitos Humanos, o Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados fizeram reuniões e diligências, em Goiás, para apurar atitudes sobre o caso. O Ministério da Justiça cobrou providências das autoridades locais. E o Procurador-Geral da República (PGR) propôs ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a federalização do processo.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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