A dona de clínica investigada pela polícia por causar deformações em pacientes, Karine Gouveia, está no centro de uma polêmica. Ela e seu marido, Paulo César, são suspeitos de ter provocado deformações em pelo menos 60 pacientes. O Conselho de Biomedicina afirmou que Karine nunca teve registro como biomédica, apesar de ter mentido sobre sua formação na área da saúde. A investigação apontou que a clínica em questão atraía clientes com preços abaixo do mercado, e os responsáveis intimidavam pacientes que buscavam reparação.
Segundo o delegado Daniel Oliveira, a própria Karine Gouveia afirmou, em áudio divulgado pela Polícia Civil, que era formada em biomedicina. Contudo, o Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região negou que ela tivesse qualquer registro na área. A Polícia Civil também identificou que a clínica tinha diversas irregularidades, como falta de esterilização e uso de bisturis cegos nos procedimentos realizados.
Os procedimentos na clínica eram realizados em condições inadequadas, sem a habilitação necessária dos profissionais envolvidos. Um dentista, que era um dos responsáveis técnicos, admitiu em depoimento que a clínica cobrava valores muito abaixo do mercado. A Polícia Civil revelou que os procedimentos eram feitos em intervalos apertados, com alto comissionamento para as consultoras que vendiam os procedimentos. Além disso, o dentista admitiu ter realizado vários procedimentos para os quais não tinha formação adequada.
Karine e Paulo foram presos em dezembro e tiveram suas prisões mantidas pela Justiça após audiência de custódia. A polícia destacou que o casal está sendo investigado por crimes como organização criminosa, lesão corporal gravíssima e estelionato. A defesa do casal alega que os pacientes sempre foram tratados com respeito e que os fatos serão esclarecidos no devido processo legal.
A investigação ainda revelou que diversos famosos frequentaram a clínica de estética de Karine, realizando procedimentos menos invasivos. De acordo com a polícia, esses famosos eram tratados com produtos de qualidade, enquanto as vítimas com menor poder aquisitivo se submetiam a procedimentos invasivos. A defesa dos investigados considera a prisão temporária uma medida desproporcional e alega que todos os fatos serão esclarecidos no processo.
A polêmica em torno da clínica de Karine Gouveia continua em investigação, com novos detalhes surgindo a cada dia. A defesa dos envolvidos reforça a importância da realização de perícias para esclarecer os fatos e garantir que as questões técnicas sejam validadas de forma adequada. Enquanto isso, as autoridades seguem apurando as irregularidades e crimes relacionados à clínica em questão, buscando a verdade e a justiça para as vítimas. Contudo, é fundamental aguardar o desenrolar das investigações antes de tirar conclusões precipitadas sobre o caso.