Caso de família envenenada: Matriarca e vizinha tinham relacionamento amoroso, revela Polícia Civil

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Família envenenada: matriarca e vizinha tinham caso amoroso, diz Polícia Civil

Vizinha chegou a comer o arroz envenenado, ficou internada, se recuperou, mas
morreu após ser envenenada novamente pela suspeita

De acordo com a Polícia Civil do Piauí, a matriarca da família envenenada, Maria
dos Aflitos Silva, presa na última sexta-feira (31/1), além de ser cúmplice na
morte dos filhos e netos, foi responsável pela morte da vizinha, Maria Jocilene,
com quem tinha uma relação amorosa.

Conforme a corporação, a mulher matou a vizinha na tentativa de livrar o marido, Francisco de Assis, já preso como principal suspeito das mortes por
envenenamento nas sobras de um baião de dois servido no ano novo à família.

Segundo a polícia, Maria Jocilene era ex-cunhada de uma filha de Maria dos
Aflitos e o relacionamento entre a matriarca e a vizinha teria começado antes
mesmo de ela conhecer Francisco de Assis.

A relação entre as duas era discreta, já que cada uma tinha sua família
paralela. No entanto, o delegado responsável pela investigação do caso, Abimael
Silva, aponta que era de conhecimento de todos.

VIZINHA ERA LIGADA À FAMÍLIA

Maria Jocilene tinha uma relação próxima com a família de Maria dos Aflitos. A vizinha demonstrava preocupação com os filhos e netos da matriarca e usava
do próprio dinheiro para ajudar com alimentos e medicamentos. Segundo a polícia, em agosto, quando dois netos de Maria dos Aflitos foram envenenados, Maria Jocilene chegou a acompanhá-los no hospital.

O relacionamento entre as duas mulheres não foi a motivação para as mortes da
família de Maria dos Aflitos. A PC aponta que a matriarca e o marido tiveram
motivações econômicas para eliminar os familiares, já que todos viviam em uma
situação de pobreza e na casa onde os crimes aconteceram moravam 11 pessoas.

ENVENENADA COM CAFÉ

Maria Jocilene morreu na casa de Maria dos Aflitos após tomar um café envenenado
com a mesma substância que matou os filhos e netos da matriarca. A vizinha já
tinha comido o arroz com o pesticida, similar a chumbinho, no dia 1º de janeiro
– alimento que resultou na morte das outras vítimas. Ela ficou internada, mas
recebeu alta médica.

No dia 22 de janeiro, Jocilene fez uma visita à casa onde ocorreram os crimes e
passou mal. Inicialmente, Maria dos Aflitos disse à polícia que a vizinha havia
infartado, mas durante depoimento confessou a morte da mulher.

Ainda segundo a corporação, Maria dos Aflitos revelou que matou Jocilene com o
objetivo de livrar Francisco de Assis da cadeia, alegando que estava “cega de
amor”.

INOCENTE PRESA

Uma outra vizinha da família chegou a ser presa após ser envolvida na história. Ela foi acusada de ser a autora do primeiro crime envolvendo a família, que
aconteceu em agosto de 2024, quando dois netos de Maria dos Aflitos precisaram
ser internados. Os exames confirmaram a presença de um pesticida no organismo
dos meninos.

À época, Francisco de Assis apontou a vizinha Lucélia Maria da Conceição Silva
de ter entregado uma sacola de cajus envenenados para as crianças. A mulher foi
presa e ficou cinco meses na cadeia. A casa dela foi apedrejada e incendiada por
vizinhos. No entanto, descobriu-se que a mulher não foi responsável pelo crime.

Lucélia, que sempre disse ser inocente, deixou a prisão recentemente, após a
apuração completa do caso. Conforme a polícia, a corporação foi ludibriada pelos
verdadeiros autores do crime, Francisco de Assis e Maria dos Aflitos, para que a
vizinha se passasse por culpada.

Veja quem são as vítimas

* Francisca Maria da Silva, de 32 anos (filha de Maria dos Aflitos)
* Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (filho de Maria dos Aflitos)
* Maria Gabriela da Silva, de 4 anos (neta)
* Maria Lauane da Silva, de 3 anos (neta)
* Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (neto)
* Maria Jocilene da Silva, de 32 anos (vizinha)
* Ulisses Gabriel e João Miguel Silva, de 7 e 8 anos (netos de Maria dos
Aflitos) – envenenados em agosto.

Jocilene bebeu o café envenenado em uma taça e depois usou o mesmo recipiente para tomar água. Cerca de meia hora depois ela começou a passar mal, ainda na
casa onde os envenenamentos aconteceram. A vizinha morreu no dia 24 de janeiro,
após ficar internada em estado grave por dois dias.

Conforme o delegado, o plano de Maria dos Aflitos era que a vizinha não morresse
na casa dela. Porém, houve um contratempo com a vítima, que não conseguiu pegar
o mototáxi que tinha costume e teve que esperar um tempo para que a corrida
acontecesse. Em razão da demora, Maria Jocilene passou mal na casa da assassina
confessa.

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