Última atualização 23/06/2022 | 15:13
A apuração da morte do sergipano Genivaldo em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) não teve detalhes divulgados pela instituição. É o quinto caso de sigilo imposto durante o governo Bolsonaro. A atualização do caso, ocorrido no fim de maio deste ano, foi solicitada por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo Metrópoles e negada mesmo após diversos recursos impetrados administrativamente pelo jornal.
A reportagem pediu a quantidade, os números dos processos administrativos e o acesso à íntegra dos autos já concluídos ligados aos agentes da corporação responsáveis pela abordagem à vítima. Vídeos publicados na Internet sobre o Caso Genivaldo mostram os policiais colocando o homem dentro da viatura transformada em uma câmara de gás lacrimogêneo acionando pelo grupo. A corporação considerou os dados de ordem pessoal, o que os torna sigilosos durante 100 anos;
Recentemente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo federal se recusou a informar sobre supostas reuniões entre o presidente e pastores com atuação em Goiás. Gilmar Santos e Arilton Moura, inclusive, chegaram a ser presos em uma operação da Polícia Federal nesta quarta, 22.
O argumento para a limitação seria a ausência de “propósitos legítimos, específicos e informados”. A justificativa foi a mesma dada à Revista Crusoé, que havia requerido dados dos crachás de acessos de dois filhos de Bolsonaro, Carlos e Eduardo, ao Palácio do Planalto.
Ainda em 2021, um processo administrativo contra o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazzuelo foi considerado sigiloso pelo Exército. Ele participou de um ato político a favor do presidente Jair Bolsonaro, conduta proibida a militares da ativa. O pedido de detalhes havia sido feito pelos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. O Supremo Tribunal Federal (SFT) avalia a legalidade da restrição.
Considerados de caráter pessoal, o cartão de vacinação de Bolsonaro que atestaria se ele se imunizou contra Covid e a matrícula da filha dele, Laura Bolsonaro, no Colégio Militar de Brasília foram negados. A explicação dada à Folha de S. Paulo para o último caso seria a exposição e risco de morte da garota. O ingresso dela na escola foi colocado em xeque porque a criança não teria passado pelo processo seletivo.