Caso Henry: Garoto ligou para mãe por vídeo chamada e contou agressão

Na última quarta-feira(14), funcionária do salão de beleza que costumava ser frequentado por Monique Medeiros, mãe do menino Henry morto no dia 8 de março, prestou depoimento na delegacia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Segundo o depoimento da cabelereira, Monique fez uma chamada de vídeo com o filho enquanto estava sendo atendida. Enquanto chorava, a criança teria dito: “mãe, eu te atrapalho? O tio disse que te atrapalho”. A mãe, então, teria dito que não. Durante a ligação, o menino teria, pedido a mãe para ir para casa e a mãe perguntou o que teria acontecido. A cabelereira afirmou não ter ouvido exatamente o que a criança dizia, mas ouviu “o tio bateu” ou “o tio brigou”.

Em declaração aos investigadores, a funcionária do salão contou que logo depois a babá mandou um vídeo mostrando o menino mancando enquanto andava. Monique, de acordo com o depoimento, perguntou o que tinha acontecido e a funcionária (Thayná de Oliveira) respondeu que não viu pois Jairinho e Henry estavam trancados dentro do quarto.

Após a ligação, Monique teria se irritado e logo depois discutido com Dr. Jairinho ao telefone, pedindo para que ele parasse de dizer que o filho atrapalhava sua vida. A cabeleireira também pontou que ouviu Monique dizer a Jairinho no telefone ”Quebra, pode quebrar tudo. Você já está acostumado a fazer isso.”

A cabelereira citou ainda no depoimento que Monique perguntou a ela se conhecia alguma loja que vendesse câmeras no shopping da cidade. A mãe, então, teria dito para a profissional que estava com pressa e precisava ir embora. Depois disso, Monique ainda voltou duas vezes ao salão de beleza.

Os novos advogados de Monique confirmaram em uma coletiva na tarde de quarta-feira (14) que ela prestará um novo depoimento à polícia.

“Chegou o momento de Monique falar de maneira isenta. Ela vai ter a oportunidade de prestar um novo depoimento com o requerimento que nós fizemos à autoridade policial e o que nós entendemos é que nesse momento ninguém pode falar em nome da Monique, a Monique precisa falar e a estratégia que a defesa tem é única e exclusivamente uma, que a Monique diga a verdade”, disse o advogado de Monique, Hugo Novais.

Em depoimento no dia 17, pouco mais de uma semana depois da morte do filho, a professora disse que “não acredita que Jairinho tenha feito qualquer coisa contra seu filho, até porque a relação entre eles era boa e ele sempre tentava cativar o amor de Henry”.

Dr. Jairinho e Monique Medeiros estão presos desde o dia último dia 8 com mandados de prisão temporária. 

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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