Caso Igor Peretto: irmão da vítima se revolta ao ser escolhido para depor em audiência de homicídio
Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas no apartamento da irmã, Marcelly, em Praia Grande (SP). A parente, Rafaela Costa (viúva) e Mario Vitorino (cunhado) foram presos acusados de envolvimento no crime.
Tiago Peretto (à esq.) é irmão por parte de pai de Igor Peretto (à dir.), assassinado em Praia Grande (SP) no ano passado — Foto: Redes sociais
O vereador Tiago Peretto (União Brasil), irmão do comerciante Igor Peretto, ficou indignado após ser escolhido como testemunha para a audiência do trio preso por envolvimento no homicídio. O parlamentar disse ter ficado “injuriado” pela seleção ter sido feita pelo advogado de um dos acusados.
Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas no apartamento da irmã, Marcelly Peretto, em 31 de agosto de 2024, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O Ministério Público (MP-SP) concluiu que a parente, assim como Rafaela Costa (viúva) e Mario Vitorino (cunhado), premeditaram a morte do jovem, já que ele era considerado um “empecilho no triângulo amoroso”.
Na audiência marcada para o dia 20 de março, no Fórum de Praia Grande, as partes apresentarão provas e argumentos para o andamento do processo. O vereador, porém, lamentou o fato de ter sido escolhido por Mario Badures, o advogado de Mario Vitorino. “Quem me arrolou foi a defesa do assassino. Eu estou indignado com isso”, afirmou Peretto. “Devia ter sido arrolado pela Justiça, né, não pelos advogados dos assassinos. Isso que deixa a gente injuriado”, lamentou.
Tiago Peretto disse ter sido informado no início do mês sobre a escolha para depor na audiência. Ele acrescentou que a reação teria sido a mesma caso a responsável pela intimação fosse a defesa da irmã, Marcelly. “É o cúmulo do absurdo”, criticou.
Ao DE, Mario Badures confirmou a informação e esclareceu que o testemunho do irmão de Igor é importante para o processo. Ele disse que estranhou o fato da acusação, ou seja, o Ministério Público, ter “descartado” o vereador para a audiência (veja o posicionamento completo abaixo).
De acordo com o advogado criminalista e professor de direito penal Matheus Cury, que não tem relação com o caso, cada parte em um processo tem o direito de arrolar até oito testemunhas para uma audiência de instrução e julgamento. Quando alguém é arrolado, é obrigatório comparecer. “O Ministério Público na denúncia e, a defesa, na resposta à acusação”, afirmou.
Como assistente de acusação para a audiência, foi constituído o advogado Felipe Pires de Campos, que atualmente defende a família de Igor.
Mario Vitorino, Marcelly Peretto e Rafaela Costa foram presos por envolvimento na morte de Igor Peretto — Foto: Polícia Civil
Segundo o advogado Mario Badures, que representa Mario Vitorino, toda pessoa escolhida como testemunha presta depoimento no processo, independentemente da parte que a selecionou. “Se não fosse importante para o processo não teria sido arrolado para testemunhar, inclusive causando estranheza ter sido o irmão da vítima descartado pela Acusação”, disse o profissional.
Segundo Badures, a defesa não adiantará o conteúdo e o motivo da oitiva, mas o único objetivo é esclarecer os fatos e trazer a verdade ao processo, “bem longe das inúmeras versões fantasiosas de trisal, motivação econômica e premeditação que foram alimentadas para o público nas mídias sociais”. O profissional acrescentou que a reconstrução dos fatos é de suma importância para que, no futuro, os jurados possam ter conhecimento de todas as circunstâncias que ocorreram antes e depois do que foi descrito na denúncia.