Caso Juscelia: Marido confessa ter matado esteticista após discussão

O marido da esteticista Juscelia de Jesus Silva, de 32 anos, que foi achada morta dentro de um saco plástico, confessou ter matado a esposa após uma discussão sobre o dinheiro da venda de um veículo do casal, em Goiânia. Reginaldo Nunes de Moura, de 43 anos, foi preso na noite desta quarta-feira, 22, em um hotel da GO-070, em Goianira. O casal estava junto há mais de 14 anos.

O delegado João Paulo Mendes, explicou que o casal havia vendido o carro no valor de R$ 8 mil. Reginaldo queria usar o dinheiro para quitar algumas dívidas pequenas, já Juscelia pretendia usar a quantia para quitar uma pendência bancária no valor de R$ 13 mil. Durante a discussão sobre o que fazer com o dinheiro, Reginaldo agrediu a esposa, a jogando no chão e pulando por cima dela em seguida.

O delegado acredita que a mulher tenha quadrado o pescoço com o impacto do peso do marido sobre seu corpo. Ela morreu no local. João conta ainda que Reginaldo contou, em detalhes, como praticou o crime, mas sem demonstrar arrependimentos. 

“Eles tiveram um desentendimento na noite anterior. No dia do crime, ele levou a filha para a escola e quando voltou teve uma outra discussão com Juscelia e neste momento a matou. O suspeito falou que depois de cair sobre ela, a Juscelia já começou a se debater, mas não chamou o socorro por estar atordoado”, explicou.

Escondeu o crime

Depois de matar Juscelia, Reginaldo pegou o carro do cunhado (irmão de Juscelia) emprestado para desovar o corpo da esposa. Ele colocou o corpo da vítima em um saco plástico, o amarrou com cordas e depois o jogou em uma zona rural de Abadia de Goiás

Ao voltar para casa, ele pegou o celular da mulher para manter contato com os familiares da vítima, a fim de criar a hipótese de que ela havia desaparecido após sair para uma entrevista de emprego.

“Ele tinha a intenção de sustentar a versão de que ela tinha crises psicóticas e que havia fugido de casa. À noite, ele desligou o celular da mulher, pegou o veículo de um amigo emprestado e fugiu. O casal não tinha histórico de discussões recorrentes”, contou.

Controvérsias 

Segundo a delegada Ana Paula, a polícia começou a desconfiar do homem devido as falas controvérsias apresentadas por ele durante os depoimentos. Isso porque, em um primeiro momento, o homem afirmou que a esposa havia pedido dinheiro para pagar a corrida por aplicativo. No entanto, ele também disse que Jusceli estava com R$ 8 mil em mãos quando “sumiu”.

“O esposo foi a última pessoa que esteve com a vítima no dia do desaparecimento. Embora ele fale que ela mandou mensagens, ele não a respondeu. À tarde ele mandou mensagens para a vítima, mas na verdade foi uma simulação. Ela já estava morta naquele momento”, concluiu.

À princípio, conforme a corporação, o homem irá responder por feminicídio. Caso seja condenado, ele poderá pegar uma pena de até 30 anos de prisão. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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