Caso Leandro Bossi: ossada é identificada após 30 anos

Caso Leandro Bossi: ossada é identificada após 30 anos

Trinta anos após o desaparecimento de Leandro Bossi, em Guaratuba, no litoral do Paraná, o governo do estado afirmou que uma ossada analisada corresponde com o material genético do menino. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 10.

Segundo o perito responsável pela análise, foi comprovada 99,9% de compatibilidade da amostra analisada com o material coletado da mãe de Leandro.

Durante a coletiva, o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, não informou qual processo foi usado para analisar o material, nem quando houve a confirmação. Segundo Mesquita, a confirmação ocorreu com base em oito amostras analisadas, comparadas com base em materiais genéticos de três mães.

“Este resultado de hoje trará algum impacto para investigação do homicídio. Agora vamos ter que analisar o inquérito”, disse o secretário.

Ainda de acordo com Mesquita, entre os próximos prováveis passos após este anúncio, está o envio do laudo pericial até a Polícia Federal, em Brasília. Com base neste documento, o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) será possível fazer o relatório final da investigação do desaparecimento da criança.

“As circunstâncias da morte são objeto de investigação de um inquérito policial que está arquivado há décadas. Nos próximos momentos a Polícia Civil poderá solicitar copia do inquérito e verificar como essas provas poderão impactar em uma nova investigação”. disse o secretário.

Desaparecimento de Leandro Bossi

Leandro Bossi desapareceu duas semanas antes de completar oito anos. Ele foi visto pela última vez em um show do cantor Moraes Moreira, na praia de Guaratuba, interior do Paraná.

Na época do desaparecimento, a mãe trabalhava em um hotel da cidade e o pai, João Bossi, era pescador. Os dois estavam trabalhando no momento do desaparecimento.

Quando perceberam o sumiço da criança, a família informou à polícia local, mas não foram encontrados vestígios. Quatro anos depois, um menino encontrado em Manaus foi reconhecido pelo pai de Leandro como o filho.

A criança chegou a ficar mais de duas semanas morando com a família, mas um exame de DNA deu negativo. Depois disso, os pais de Leandro nunca mais tiveram notícias do paradeiro do filho.

Investigação

A investigação sobre o caso foi arquivada em 2020 pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que afirmou que já se passava muito tempo desde o desaparecimento e ” mesmo que surgissem novas provas incriminadoras, o caso não pode ser mais reaberto”.

A chefe da Sicride, delegada Patrícia Nobre, disse que a família de Leandro foi informada sobre a confirmação do material genético antes do aviso público nesta sexta, 10.

“Eles se comportaram de maneira emocionada, como não poderia deixar de ser. Era uma família que esperava uma resposta do estado […] em um primeiro momento ficaram agradecidos por terem uma resposta mesmo 30 anos depois”, disse a delegada.

A delegada afirmou também que, com a confirmação da identidade de Leandro, o número de crianças desaparecidas no Paraná desceu para 26, que continuam sob investigação.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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