Caso Mirella: Segundo pai da criança, bebê chorava muito com a mãe

Diego Henrique das Neves, pai biológico da bebê Mirela Fernanda Pereira, morta por agressão em Penápolis, interior de São Paulo, no último fim de semana, informou em entrevista exclusiva para o Diário do Estado que Mirela chorava muito com a mãe. “Pelas redes sociais era uma boa mãe, mas pelo jeito vivia de status. Já o padrasto não faço ideia de quem seja porque nunca vi na minha vida. Moramos em cidades diferentes”, afirma. Ele acredita que a ex-mulher e o marido estavam juntos há apenas seis ou sete meses.

De acordo com Diego, havia uma desconfiança de maus tratos contra a filha, mas ele não chegou a imaginar que ela pudesse estar sofrendo abuso sexual. “Fui pego de surpresa. Vi uma matéria em que a médica falava isso. Eu não acredito nem desacredito dessa versão, mas minha filha não merecia passar por isso, se isso tiver realmente acontecido. Quero apenas que a justiça seja feita”, lamenta Diego.

Na última segunda-feira (21), um laudo do Instituto Médico Legal de Penápolis, confirmou o motivo da morte da bebê por agressão. O documento atestou que a criança sofreu hemorragia interna, trauma abdominal e dilaceração no fígado. A causa reforça a tese de maus tratos, mas um novo laudo deverá ser divulgado nas próximas semanas para confirmar se houve violência sexual.

Após a divulgação, a delegada do caso pediu e teve concedida a no último sábado (19) a prisão temporária de um mês para a mãe e o padrasto da garota. A suspeita é de homicídio qualificado. O caso veio à tona com a denúncia da médica que atendeu a bebê em hospital da cidade na tarde da segunda (14). Mirela foi  levada sem vida pelo Corpo de Bombeiros até a unidade de saúde com ferimentos e sinais de abuso, por isso a Polícia Militar foi acionada.

Na versão da mãe e do padrasto, eles a colocaram para dormir no dia 13 de fevereiro à noite e a encontraram morta por volta das 11h30 no dia seguinte quando foram acordá-la. O boletim de ocorrência apontou que a menina chegou ao local com rigidez cadavérica, marcas roxas na pele e dilaceração do ânus, acentuando a suspeita de  violência sexual.

Série de agressões

De acordo com o Conselho Tutelar local,  o órgão já havia registrado denúncias de maus tratos contra a bebê.  Revoltados, o pai biológico e moradores da cidade promoveram uma manifestação para clamar por justiça. Diego afirma que foi ouvido somente ontem, segunda (21), pela delegada do caso. “Foram cinco denúncias de maus tratos, contando com as minhas. Outras pessoas também tinham relatado isso”, diz.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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