Caso Robinho: áudios mostram ex-jogador ironizando acusações de estupro; escute

Em janeiro de 2013, o ex-jogador de futebol Robinho e seu amigo Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão pela Justiça italiana por terem estuprado em grupo uma jovem de 23 anos. O caso aconteceu durante a comemoração de aniversário da mulher na boate Sio Cafe, em Milão. Agora, os documentos e áudios utilizados pela Justiça foram divulgados pelo portal UOL.

O governo italiano pediu ao Brasil que execute a pena de Robinho e seu amigo – pedidos assinados pelo ministro da Justiça italiana Carlo Nordio em 24 de janeiro. No que se refere a situação do ex-jogador, o ministro pede que o caso seja submetido à autoridade judiciária brasileira “para que autorize, conforme a lei brasileira, a execução da pena de nove anos de reclusão infligida a Robson de Souza pela sentença do Tribunal de Milão em data de 23 de novembro de 2017, que tornou-se definitiva em 19 de janeiro de 2022”.

Além disso, o governo italiano explica que quando o pedido foi encaminhado ao Brasil, em 29 de setembro de 2022 foi negado, uma vez que o artigo 5 da Constituição brasileira proíbe a extradição dos nacionais. “Constatado que o próprio Ministério brasileiro manifesta a possibilidade de formular um pedido de execução no Brasil da pena infligida na Itália ao nacional Robson de Souza, a Procuradoria da República junto ao Tribunal de Milão, pediu que seja dado andamento ao processo previsto no Tratado de Extradição entre Itália e Brasil, à luz da lei da Migração n. 13.445/2017 e que considerado portanto que a referida execução pode ser solicitada ao abrigo do artigo 6, parágrafo 1 do Tratado de Extradição entre a Itália e o Brasil”.

Áudios

Os áudios divulgados pela Justiça Italiana mostram a reação de Robinho e Falco descobrindo sobre as denúncias por estupro coletivo. Ao ouvir pela primeira vez a acusação, o ex-jogador riu e afirmou que não daria em nada, já que o episódio havia acontecido há um ano.

No conteúdo é possível escutar ligações para amigos também envolvidos no caso. Durante um desses telefonemas, o ex-jogador é informado sobre a acusação da mulher abusada. O então atacante do clube Milan minimiza a preocupação do amigo Jairo Chagas, afirmando que não se importa com a situação e que não teria feito nada.

Robinho coloca a culpa nos demais amigos, que retornaram para o Brasil e não foram localizados. Os colegas também envolvidos no caso eram Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva, Fábio Galan e Ricardo Falco. “Quem tocou nela tá lá no Brasil, vai atrás do pessoal que tá lá no Brasil”.

Confira o áudio abaixo:

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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