Caso Sara Mariano: Prisão de bispo e motorista de aplicativo dão novos rumos

As investigações em torno do brutal assassinato da cantora gospel Sara Mariano, de 35 anos, tomaram um novo rumo com a prisão de dois novos suspeitos: Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, e o motorista de aplicativo Gideão Duarte de Lima. Ambos são acusados de envolvimento no crime arquitetado pelo próprio marido da vítima, o pastor Ederlan Santos Mariano, atualmente sob custódia.

Bispo Zadoque, identificado como cantor gospel e líder religioso com cerca de 9 mil seguidores nas redes, é suspeito de ter sido atraído por Ederlan para participar da execução do crime, sob promessas de pagamento e ascensão na carreira eclesiástica.

O delegado Euvaldo Costa, titular da 25ª delegacia territorial, revela que a dupla é suspeita não apenas de participação na logística e execução, mas também na ocultação do cadáver e na tentativa de destruição de provas, supostamente a pedido de Ederlan. A polícia não descarta a possibilidade de mais envolvidos no assassinato.

Gideão e Bispo Zadoque tiveram mandados de prisão temporária cumpridos na Ilha de Itaparica e em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, após intensas investigações, incluindo depoimentos de testemunhas e análises de câmeras de videomonitoramento.

A juíza Marina Lemos de Oliveira Ferrari determinou mandados de busca e apreensão nos endereços ligados aos suspeitos. O desenrolar do caso revela novos detalhes, enquanto a polícia aguarda laudos periciais para complementar a apuração.

Mensagens

Sara Mariano e Weslen Pablo Correia de Jesus trocavam mensagens em suas redes sociais. A vítima expressava amizade e admirava o trabalho religioso do suspeito, que agora está sob investigação no caso do assassinato de Sara.

Há cerca de um ano, Sara escreveu: “Sou fã de Deus em sua vida, amigo, amo você. Canta muito para a glória de Deus.” Em outros posts, Bispo Zadoque elogiou o trabalho da cantora, que costumava compartilhar vídeos de eventos religiosos nas igrejas evangélicas.

Os registros visuais mostram Sara Mariano em performances, cantando e realizando pregações religiosas, muitas vezes cercada por outras mulheres.

Uma interação específica entre a vítima e o suspeito, destacada por um comentário de Sara no perfil de Bispo Zadoque, revela a proximidade que mantinham, com a cantora afirmando que ele era uma pessoa querida pela sua família.

Sara chegou a cobrar um encontro entre as duas famílias, que deveria acontecer na casa dela, em Valéria, bairro de Salvador.

Prisão

No último dia 27, o marido da cantora gospel Sara Mariano, Ederlan Mariano, foi preso após confessar ter matado a esposa, segundo a Polícia Civil. O homem confessou o crime para a polícia na madrugada de sábado, 28.

A irmã da cantora gospel, Soraya Correia, divulgou uma mensagem de voz em que Sara dizia que o marido queria comprar uma arma. “O cara tá trazendo uma arma aí pra mim porque eu quero comprar uma arma. Aí eu disse ‘se tu comprar uma arma eu me separo de tu viu? Porque do jeito que tu é, sem arma tu já destrói tudo, imagina com arma’”, relatou.

Entenda o caso

A Polícia Militar da Bahia encontrou o corpo da cantora gospel Sara Mariano, de 34 anos, carbonizadona rodovia BA-093, próximo à entrada do distrito de Leandrinho. A cantora estava desaparecida desde a noite de terça-feira, 24.

O esposo da cantora, Ederlan Mariano, foi chamado ao local e fez o reconhecimento do corpo. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que estão em busca do motorista que buscou a cantora em casa, para levá-la até o possível assassino.

Conforme informado, a cantora teria saído de casa para atender uma agenda em uma igreja evangélica na cidade de Dias D’Ávila. O marido de Sara não a teria acompanhado para o compromisso por ser um “evento para encontro de mulheres”.

O casal, que estava junto há 13 anos, comandava a TV Shalom, e eram considerados um casal influente dentro da igreja evangélica.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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