Caso Tiü França: Polícia investiga incêndio na casa de ex-mulher

Na manhã de domingo, 17, a casa de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, em Rio Grande do Sul, Santa Catarina, foi atingida por um incêndio devastador. Ele foi identificado como o autor do atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na semana passada. De acordo com informações do 15.º Batalhão de Bombeiros Militar de Santa Catarina, o incêndio ocorreu por volta das 7h e resultou na parcial destruição da residência, que possui 50 metros quadrados.

A ex-mulher de Francisco, Daiane Dias, de 41 anos, estava na casa durante o incêndio e sofreu queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau em 100% do corpo. Ela foi resgatada heroicamente por vizinhos e encaminhada ao Hospital Regional Alto Vale para receber tratamento intensivo.

A Polícia Civil de Santa Catarina está investigando a situação e informou que a principal hipótese é de uma tentativa de suicídio por parte de Daiane Dias. Segundo a polícia, “a ofendida adquiriu produto inflamável no amanhecer de hoje em um estabelecimento comercial da cidade, em seguida se deslocou até sua residência, local dos fatos, e provocou o incêndio, tendo permanecido no interior do imóvel”.

De acordo com a corporação, o fogo atingiu, inicialmente, a casa de Francisco e se alastrou rapidamente, atingido a residência onde Daiane vivia, no mesmo terreno. A polícia descartou que o incêndio tenha relação com o ato cometido por Francisco na capital federal.

A Polícia Federal assumirá a investigação sobre o incêndio, enquanto a perícia trabalha para confirmar a causa exata do incêndio. Durante esse período, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, criticou a naturalização de ataques à democracia e à corte, salientando que tais atos são fomentados por uma cultura de relativização do absurdo.

Atentado em Brasília

Tiü França, que tinha 59 anos, foi encontrado sem vida após uma sequência de explosões na Praça dos Três Poderes na última quarta-feira, 13. Ele estava morando em Ceilândia, no entorno de Brasília, há três meses e era filiado ao PL, tendo se candidatado a vereador em Rio do Sul nas eleições de 2020.

Antes do atentado, Tiü França fez publicações nas redes sociais criticando o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara e do Senado, além de compartilhar teorias conspiratórias anticomunistas populares na extrema direita americana.

Após o atentado, a Polícia Federal fez uma varredura na residência de Francisco e encontraram artefatos explosivos no local. A ex-mulher do homem, que sofreu queimaduras, também foi ouvida pela corporação e informou que havia separado há pouco tempo e que ela permaneceu morando no Rio Grande do Sul, enquanto Tiu França se mudou para Ceilândia.

Ainda segundo a mulher, Francisco planejava o atentado há alguns anos. Nas redes sociais, o homem postava ‘print’ de conversas em Whatsapp onde aparecida usando emojis de bomba e ‘desafiando’ a Polícia Federal a “desarmar a bomba que está na casa dos comunistas”.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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