Última atualização 18/11/2024 | 10:54
Na manhã de domingo, 17, a casa de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, em Rio Grande do Sul, Santa Catarina, foi atingida por um incêndio devastador. Ele foi identificado como o autor do atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na semana passada. De acordo com informações do 15.º Batalhão de Bombeiros Militar de Santa Catarina, o incêndio ocorreu por volta das 7h e resultou na parcial destruição da residência, que possui 50 metros quadrados.
A ex-mulher de Francisco, Daiane Dias, de 41 anos, estava na casa durante o incêndio e sofreu queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau em 100% do corpo. Ela foi resgatada heroicamente por vizinhos e encaminhada ao Hospital Regional Alto Vale para receber tratamento intensivo.
A Polícia Civil de Santa Catarina está investigando a situação e informou que a principal hipótese é de uma tentativa de suicídio por parte de Daiane Dias. Segundo a polícia, “a ofendida adquiriu produto inflamável no amanhecer de hoje em um estabelecimento comercial da cidade, em seguida se deslocou até sua residência, local dos fatos, e provocou o incêndio, tendo permanecido no interior do imóvel”.
De acordo com a corporação, o fogo atingiu, inicialmente, a casa de Francisco e se alastrou rapidamente, atingido a residência onde Daiane vivia, no mesmo terreno. A polícia descartou que o incêndio tenha relação com o ato cometido por Francisco na capital federal.
A Polícia Federal assumirá a investigação sobre o incêndio, enquanto a perícia trabalha para confirmar a causa exata do incêndio. Durante esse período, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, criticou a naturalização de ataques à democracia e à corte, salientando que tais atos são fomentados por uma cultura de relativização do absurdo.
Atentado em Brasília
Tiü França, que tinha 59 anos, foi encontrado sem vida após uma sequência de explosões na Praça dos Três Poderes na última quarta-feira, 13. Ele estava morando em Ceilândia, no entorno de Brasília, há três meses e era filiado ao PL, tendo se candidatado a vereador em Rio do Sul nas eleições de 2020.
Antes do atentado, Tiü França fez publicações nas redes sociais criticando o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara e do Senado, além de compartilhar teorias conspiratórias anticomunistas populares na extrema direita americana.
Após o atentado, a Polícia Federal fez uma varredura na residência de Francisco e encontraram artefatos explosivos no local. A ex-mulher do homem, que sofreu queimaduras, também foi ouvida pela corporação e informou que havia separado há pouco tempo e que ela permaneceu morando no Rio Grande do Sul, enquanto Tiu França se mudou para Ceilândia.
Ainda segundo a mulher, Francisco planejava o atentado há alguns anos. Nas redes sociais, o homem postava ‘print’ de conversas em Whatsapp onde aparecida usando emojis de bomba e ‘desafiando’ a Polícia Federal a “desarmar a bomba que está na casa dos comunistas”.