Caso Valério: Jurado que abandonou hotel será investigado

O magistrado responsável pelo julgamento do assassinato do jornalista Valério Luiz mandou investigar o integrante do Conselho de Sentença que abandonou hotel na última terça, 14. Por ter saído do local sem autorização e ferido o princípio da incomunicabilidade do júri popular, que serve para garantir o sigilo das votações, a análise do caso foi cancelada. A retomada da sessão será apenas em 05 de dezembro deste ano.

O juiz Lourival Machado determinou que a Divisão de Inteligência do Tribunal de Justiça (TJGO) apure com urgência a conduta do rapaz, um estudante de Direito. Segundo ele, o jurado teria passado mal durante a madrugada, pedido um carro de transporte por aplicativo para levá-lo até em casa onde buscou um remédio e retornou ao hotel.

O jurado alegou que se sentiu mal, chegou a ser atendido pela equipe médica do TJGO, mas disse que não teria condições de continuar. A sessão iria para o segundo dia após quatro adiamentos do julgamento do caso que completa uma década. A previsão era ouvir seis testemunhas e publicar a sentença no dia seguinte, na quarta (15). Ao todo, 30 testemunhas serão ouvidas. Quatro delas haviam respondido as perguntas na segunda (13).

O processo tem cinco reús:  Maurício Sampaio, acusado de ter encomendado a morte de Valério Luiz, Urbano Carvalho, que trabalhava para Maurício e é julgado por contratar o policial que teria executado Valério, Djalma Gomes, PM que, segundo a acusação, trabalhava como segurança de Maurício e recebia favores por isso. 

Além deles respondem também o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria colaborado com o planejamento do crime e Ademar Figueiredo, PM acusado de fazer os disparos que mataram o jornalista. Marcos Vinícius será ouvido pela internet, após solicitação da defesa, porque está em Portugal.

Candidatura por justiça

Após mais um adiamento, o filho do radialista, o advogado Valério Luiz Filho declarou que será pré-candidato a deputado estadual pelo PT. Ao Diário do Estado, Valério contou que a candidatura é uma forma de buscar justiça pelo pai.

“Eleição é um processo doloroso, mas se eu não enfrentar isso e lá na frente der algo errado, eu vou ficar com o pensamento de que não fiz tudo que estava ao meu alcance”, contou Valério.

Ele acredita que Sampaio continua agindo, por meio de manobras, para impedir a realização do júri e sair impune das acusações. O assistente de acusação também lamentou que o avô, Mané Oliveira, importante comunicador goiano e ex-deputado estadual, tenha morrido, aos 80 anos, sem ver o julgamento do filho.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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