Caso Valério: MPGO deve pedir aumento de pena de condenados

O Ministério Público de Goiás (MPGO) entrará com pedido para aumento de pena dos condenados no assassinato do radialista Valério Luiz até a próxima terça-feira, 01. A instituição foi intimada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) na última quarta-feira, 23. O habeas corpus, que concedeu a liberdade dos réus deve ser apreciado somente em 2023.

 

“Temos que aguardar para saber se os outros desembargadores vão confirmar a soltura, que se deu por liminar. O MPGO também já entrou com uma petição no STF para suspender essas liminares. Neste momento, o STF [Supremo Tribunal Federal] está decidindo se cabe cumprimento imediato da pena após a condenação por tribunal do júri ou não. De  todo modo não tem um prazo fixo para o retorno deles pra cadeia”, explicou o assistente de acusação e filho do jornalista, Valério Luiz Filho. 

Há duas semanas, o STF suspendeu o julgamento sobre execução imediata de pena imposta por júri popular após o ministro André Mendonça pedir vista para analisar o caso. A apreciação da proposta pela segunda vez em dois anos teve voto favorável somente de Luís Roberto Barroso.

A reportagem entrou em contato com o MPGO, que se manifestou confirmando que os fundamentos devem ser apresentados na próxima semana. “Em relação ao Djalma, o MP já recorreu (recurso de apelação) para que ele seja submetido a um novo júri. Quanto aos demais réus, também já foi protocolado o recurso, tendo sido aberto o prazo ao MP para apresentação dos fundamento (razões do recurso). Esse prazo ainda não venceu”, divulgaram.

Contestação

O MPGO recorreu ao STF do habeas corpus que soltou o ex-vice-presidente do Atlético Goianiense, Maurício Sampaio na sexta-feira, 11. As alegações foram graves lesões à ordem, à segurança e ao interesse público com a  liberdade provisória do réu. A liminar foi concedida pelo desembargador do TJGO Ivo Favaro somente dois dias após a condenação. O magistrado entendeu que a constituição proíbe a execução imediata das condenações feitas pelo Tribunal do Júri sem justificativa , embora permita a prisão preventiva, que não foi decretada. 

Acusado de ser o mandante do assassinato do radialista Valério Luiz de Oliveira, Sampaio foi condenado pelo Tribunal do Júri de Goiânia em julgamento concluído na quarta-feira, 09. Foram cinco tentativas de concluir o processo. Os réus era, além de Sampaio, Urbano Malta, Ademá Figueiredo,  Marcus Vinicius Pereira Xavier e Djalma Gomes da Silva. O único absolvido foi Djalma, que respondia por auxiliar no planejamento do assassinato e atrapalhar as investigações.

Relembre o caso

O jornalista Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, no dia 5 de julho de 2012. Isso aconteceu no momento em que ele saía da Rádio Bandeirantes 820 AM, onde trabalhava, no Setor Serrinha. O inquérito policial encontrou elementos suficientes para colocar os suspeitos de matar o jornalista na posição de indiciados.

Ao todo, o processo teve cinco reús: Maurício Sampaio, acusado de ter encomendado a morte de Valério Luiz; Urbano Carvalho, que trabalhava para Maurício e supostamente contratou o policial que teria executado Valério; Djalma Gomes, PM que, segundo a acusação, trabalhava como segurança de Maurício e recebia favores por isso. Além deles, responderam também o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria colaborado com o planejamento do crime; e Ademá Figueiredo, PM acusado de fazer os disparos que mataram o jornalista.

O juiz Lourival Machado da Costa presidiu a sessão, que durou três dias, proferindo as seguintes sentenças: 16 anos de reclusão para Maurício Sampaio e Ademá Figueiredo; e 14 anos para Urbano Carvalho e Marcus Vinícius; Djalma Gomes, por sua vez, foi inocentado.

Marcus Vinícius foi o único réu que não esteve presencialmente no julgamento, acompanhando a sessão de forma virtual em Portugal. A Organização Internacional da Polícia Criminal (Interpol) efetuará a prisão. Os advogados de defesa dos quatro condenados vão recorrer da decisão.

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Goiás tem quatro cidades entre as de maior fluxo turístico do Brasil

Levantamento divulgado pelo Ministério do Turismo (MTur), na quarta-feira, 18, mostrou que Goiás figura com quatro municípios (Caldas Novas, Rio Quente, Goiânia e Pirenópolis) na principal categoria do ranking que mede o fluxo turístico e os empregos gerados pelo setor, em todo o Brasil.

Os destinos turísticos goianos, inclusive, dividem espaço na categoria A com outros locais consagrados no cenário nacional, como Campos do Jordão (SP), Porto Seguro (BA) e Gramado (RS).

Mapa do Turismo

A cidade de Pirenópolis voltou a integrar a categoria A do levantamento, feito com base em todos os municípios brasileiros que integram o Mapa do Turismo. Atualmente, Goiás possui 91 municípios cadastrados formalmente no Mapa do Turismo.

Desse total, 40,7% estão distribuídos nas principais categorias, sendo: 4,4% na categoria A; 16,5% na B; 19,8% na C; e 59,3% na categoria D.

“Temos um grande desafio pela frente, que é o de formalizar os profissionais que lidam diretamente com o turismo e que fazem com que pouco mais da metade dos nossos destinos figurem na categoria D. Mesmo assim, temos que celebrar os avanços conquistados pelos demais municípios, que estão galgando melhorias neste quesito e estão ampliando a participação da receita local com o turismo. Ver Pirenópolis alcançado a principal categoria é motivo de muita alegria”, declara o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral.

Os índices de fluxo de turistas e de empregos formais gerados utilizados no mapeamento do Ministério do Turismo foram levantados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e correspondem ao período de 2021.

Com base neste levantamento, os quatro municípios goianos que integram a principal categoria disponibilizavam na época 276 estabelecimentos de hospedagem (hotéis e pousadas), que geraram mais de 6 mil empregos diretos e contribuíram com os cofres públicos ao arrecadarem mais de R$11 milhões em impostos.

“Estamos diante de dados econômicos e de formalidade do setor que refletem o ano de 2021, ou seja, ainda dentro da pandemia. Nossa expectativa é que esse cenário seja redesenhado nos próximos levantamentos do Ministério do Turismo, pois vamos retratar um novo cenário, pós-pandêmico, onde o turismo goiano tem avançado a passos largos, acumulando recordes na formalização dos profissionais do setor, e de fluxo de turistas nos nossos destinos”, avalia o presidente da Goiás Turismo.

Um dado relevante da pesquisa é que Rio Quente, com apenas três estabelecimentos hoteleiros registrados foi responsável por arrecadar sozinha R$ 5,1 milhões em tributos e gerar quase dois mil empregos formais.

“Uma cidade que, em 2022, registrava quase 4 mil habitantes, ter quase 50% dos empregos destinados ao turismo é muito relevante. Juntamente com Caldas Novas, formam a região das Águas Quentes, um dos principais destinos turísticos do Brasil”, avalia Fabrício Amaral.

Em âmbito nacional, a pesquisa mostrou que houve um aumento de 151% no número dos municípios que passaram a integrar a categoria A do Mapa do Turismo Brasileiro, mostrando que em todo o país têm sido registrados avanços no setor.

O mapeamento permite ao poder público identificar pontos que merecem mais atenção para a promoção de políticas públicas, e entender melhor sobre o impacto econômico do segmento turístico em todo o Brasil, principalmente regionalmente.

Formalização do setor turístico em Goiás

Em novembro deste ano, Goiás bateu o recorde de adesão de profissionais no Cadastur, atingindo a marca de 8.200 registros e passando a liderar o ranking de cadastros no Centro-Oeste Brasileiro. O número de prestadores de serviços turísticos que atuam de forma legal no estado passou de 1,280 em 2019 para 8.200 em 2024.

O documento que comprova a legalidade de profissionais e empresas turísticas, garante segurança ao viajante e vantagens aos trabalhadores da área.

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