Caso Vitória: vídeo mostra confissão de investigado por assassinato
Maicol Antônio Sales descreveu a policiais como deixou corpo de jovem morta em Cajamar. Confissão provocou guerra de versões
São Paulo — Um vídeo obtido pelo DE mostra trecho do depoimento à Polícia Civil de Maicol Antônio Sales dos Santos, de 23 anos, preso pelo assassinato da adolescente Vitória Regina de Souza, de 17 anos, crime ocorrido em Cajamar, na Grande São Paulo. Ele confessou o crime após ser detido.
Nas imagens, ele é questionado por policiais e descreve como deixou o corpo da jovem, que foi encontrado em uma área de mata, após seis dias de buscas. O suspeito também afirma se sentir ameaçado pelos detentos e pelo “pessoal lá fora” (assista abaixo).
Maicol ainda nega ter raspado ou arrancado os cabelos de Vitória e supõe que, devido ao estado de decomposição do corpo, alguém deva ter arrastado a jovem e, consequentemente, arrancado o couro cabeludo. Ele também negou qualquer envolvimento com facções criminosos — no início da investigação, as autoridades policiais suspeitaram que o crime tivesse ligação com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A confissão de Maicol foi contestada por seus advogados de defesa. Na transcrição do interrogatório, divulgada pela polícia em 17 de março, consta que Maicol disse ter matado a adolescente sozinho, com duas facadas, após chamá-la para uma conversa em seu carro e do início de uma discussão por um caso que teriam tido há cerca de um ano e meio. O suspeito teria dito que a menina estaria ameaçando contar sobre caso extraconjugal para a esposa dele.
As primeiras informações sobre a confissão de Maicol surgiram durante a tarde da última segunda-feira (17/3), quando autoridades policiais e da Secretaria da Segurança Pública (SSP) informaram jornalistas sobre a admissão do crime pelo suspeito. Naquele momento, o relato de Maicol ainda não havia sido formalizado.
Diante da suposta sinalização de que Maicol pretendia confessar, a defesa foi chamada à Delegacia Seccional de Franco da Rocha, para acompanhar o procedimento. Os advogados afirmaram que foram impedidos de conversar com o cliente e que Maicol não havia confessado o crime.
A defesa, então, acionou a secção de Cajamar da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que enviou representantes ao local. Diante de jornalistas, postados na porta da delegacia, o presidente da OAB Cajamar, Rafael Adriano da Rocha, negou que tenha havido irregularidades no procedimento, mas garantiu que, até aquele momento, não havia ocorrido a confissão por parte de Maicol.
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