Casos de COVID-19 aumentam 56% em Goiânia entre julho e agosto

Goiânia registra aumento preocupante de 56% nos casos de COVID-19 entre julho e agosto, com 1.045 e 1.842 casos confirmados, respectivamente. A positividade dos testes também disparou de 6,25% para 25,27% no mesmo período, segundo o Laboratório Estadual de Saúde Pública (Lacen-GO). A faixa etária mais afetada pela doença está entre 30 e 59 anos. Internações e óbitos também acompanharam a tendência de alta, saltando de 15 internações e um óbito em julho para 27 internações e três óbitos em agosto. Desde janeiro, a capital contabiliza 34 mortes por complicações da COVID-19, sendo 20 delas em indivíduos com mais de 60 anos.
 
Diante deste cenário, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia reforça a importância do isolamento social para casos positivos da doença. Amanda Games, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), alerta: “Informações indicam que pessoas infectadas continuam frequentando ambientes de trabalho e lazer, o que é um erro grave. É fundamental compreender que a transmissão da COVID-19 coloca em risco não apenas a saúde individual, mas também a de outras pessoas, especialmente aquelas com comorbidades, que se tornam mais vulneráveis a complicações e óbitos”.
 
Dados do painel da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) revelam que, entre os óbitos registrados em Goiânia, oito pacientes eram cardiopatas, oito tinham diabetes, cinco eram imunossuprimidos e quatro apresentavam obesidade. “Diversas comorbidades podem ser agravadas pela COVID-19, o que torna o isolamento domiciliar crucial para indivíduos positivos. O período de isolamento varia de acordo com a persistência dos sintomas, podendo ser de cinco, sete ou até dez dias”, explica Amanda.
 
Marília de Castro, gestora de Vigilância em Saúde da SMS, reforça a importância das medidas preventivas, como a higienização frequente das mãos, o uso de máscara por indivíduos infectados e, principalmente, a vacinação como principal ferramenta de proteção contra a doença. “A vacina disponível atualmente é a monovalente XBB do laboratório Moderna, que integra o Calendário Nacional de Vacinação e é atualizada anualmente com base nas cepas circulantes, sendo disponibilizada para o público-alvo”, esclarece.
 
Marília detalha: “A vacina Moderna é destinada a crianças de 6 meses a menores de 5 anos; grupos prioritários, como idosos e imunocomprometidos; indivíduos que nunca foram vacinados; e aqueles com esquema vacinal primário incompleto”. Em Goiânia, a cobertura vacinal contra a COVID-19 está em 21,61%. As doses estão disponíveis para o público-alvo em todas as salas de vacina da rede municipal de saúde.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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