Casos de dengue, zika e chikungunya já são 30% maiores do que em 2022

O número de casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aumentou no Brasil . O Ministério da Saúde divulgou um balanço alarmante em relação aos quatro primeiros meses de 2023. A alta motivou o lançamento de uma campanha nacional de controle da dengue, zika e chikungunya. Técnicos da pasta associam a ascensão dessas doenças à variação do clima que propicia mais criadouros do inseto, mobilidade das pessoas e questões demográficas, sociais e econômicas.

 

Ao todo, foram  899,5 mil casos prováveis de dengue e 333 óbitos causados pela doença até o fim de abril deste ano. Os estados brasileiros com mais registro de notificação de novos casos a cada 100 mil habitantes são Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia. Em Goiás, Caldas Novas, Padre Bernardo, Luziânia, Ouvidor e São Simão concentram as mortes pela infecção transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que já causou o falecimento de sete goianos e pode ter matado outras 23 pessoas e em outros 14 municípios onde há casos suspeitos em investigação.

Balanço:

-Dengue: alta de 30% ( 899,5 mil casos prováveis de dengue / 333 óbitos)

-Zika: aumento de 289% (6.295 de casos prováveis)

-Chikungunya: acréscimo de  40% ( 86.901 casos prováveis)

Fonte: Ministério da Saúde

 

A doença pode ter diversas complicações e morte, a começar pelo tipo hemorrágico. Nessa forma podem ocorrer sangramentos em alguns órgãos. Além disso, há possibilidade de   coagulação e trombose em todas as outras manifestações. Diante dos primeiros sintomas de dengue, é importante buscar atendimento médico nas Unidades de Saúde da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico correto e a eliminação dos riscos de agravamento da doença podem evitar óbito.

Em Goiás, a quantidade de casos das três doenças transmitidas por mosquitos bateu recorde no ano passado desde o início dos registros há quase 30 anos, em 1994. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) contabilizou 187.774 diagnósticos de somente de dengue confirmados, o equivalente a 247,4% a mais em relação a 2021 (54.049). A média foi de 21 casos da doença por hora, sendo 515 por dia e 15.475 ao mês entre janeiro e 30 de dezembro de 2022. Os óbitos causados também surpreenderam com alta de 300% comparado ao ano anterior, saltando de 39 para 156 mortes em decorrência de complicações.

O aumento foi provocado por uma combinação de epidemias cíclicas a cada quatro ou cinco anos, chuva e calor intensos do último verão e descuido da população com locais de reprodução do mosquito da dengue. O apoio para evitar criadouros dos mosquitos transmissores é essencial para reduzir a ocorrência dessas doenças. As principais orientações das autoridades em saúde são verificar se a caixa d’água está tampada, colocar areia nos pratos de plantas, recolher e acondicionar o lixo do quintal, limpar as calhas e cobrir piscinas.

 

Aprenda a diferenciar

Os sintomas da chikungunya são semelhantes aos da dengue, mas a dor nas articulações é a principal diferença. O tratamento é sintomático já que não existe medicamento ou vacina específicos. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014. O nome vem de um dos idiomas da Tanzânia significa “aqueles que se dobram”. No caso da zika, em cerca de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos.  Já a dengue tem como sinais a febre alta acima dos 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.     

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp