O número de casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aumentou no Brasil . O Ministério da Saúde divulgou um balanço alarmante em relação aos quatro primeiros meses de 2023. A alta motivou o lançamento de uma campanha nacional de controle da dengue, zika e chikungunya. Técnicos da pasta associam a ascensão dessas doenças à variação do clima que propicia mais criadouros do inseto, mobilidade das pessoas e questões demográficas, sociais e econômicas.
Ao todo, foram 899,5 mil casos prováveis de dengue e 333 óbitos causados pela doença até o fim de abril deste ano. Os estados brasileiros com mais registro de notificação de novos casos a cada 100 mil habitantes são Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia. Em Goiás, Caldas Novas, Padre Bernardo, Luziânia, Ouvidor e São Simão concentram as mortes pela infecção transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que já causou o falecimento de sete goianos e pode ter matado outras 23 pessoas e em outros 14 municípios onde há casos suspeitos em investigação.
Balanço:
-Dengue: alta de 30% ( 899,5 mil casos prováveis de dengue / 333 óbitos)
-Zika: aumento de 289% (6.295 de casos prováveis)
-Chikungunya: acréscimo de 40% ( 86.901 casos prováveis)
Fonte: Ministério da Saúde
A doença pode ter diversas complicações e morte, a começar pelo tipo hemorrágico. Nessa forma podem ocorrer sangramentos em alguns órgãos. Além disso, há possibilidade de coagulação e trombose em todas as outras manifestações. Diante dos primeiros sintomas de dengue, é importante buscar atendimento médico nas Unidades de Saúde da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico correto e a eliminação dos riscos de agravamento da doença podem evitar óbito.
Em Goiás, a quantidade de casos das três doenças transmitidas por mosquitos bateu recorde no ano passado desde o início dos registros há quase 30 anos, em 1994. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) contabilizou 187.774 diagnósticos de somente de dengue confirmados, o equivalente a 247,4% a mais em relação a 2021 (54.049). A média foi de 21 casos da doença por hora, sendo 515 por dia e 15.475 ao mês entre janeiro e 30 de dezembro de 2022. Os óbitos causados também surpreenderam com alta de 300% comparado ao ano anterior, saltando de 39 para 156 mortes em decorrência de complicações.
O aumento foi provocado por uma combinação de epidemias cíclicas a cada quatro ou cinco anos, chuva e calor intensos do último verão e descuido da população com locais de reprodução do mosquito da dengue. O apoio para evitar criadouros dos mosquitos transmissores é essencial para reduzir a ocorrência dessas doenças. As principais orientações das autoridades em saúde são verificar se a caixa d’água está tampada, colocar areia nos pratos de plantas, recolher e acondicionar o lixo do quintal, limpar as calhas e cobrir piscinas.
Aprenda a diferenciar
Os sintomas da chikungunya são semelhantes aos da dengue, mas a dor nas articulações é a principal diferença. O tratamento é sintomático já que não existe medicamento ou vacina específicos. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014. O nome vem de um dos idiomas da Tanzânia significa “aqueles que se dobram”. No caso da zika, em cerca de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Já a dengue tem como sinais a febre alta acima dos 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.