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Cássia Kiss é denunciada por entidades goianas após comentários homofóbicos

Última atualização 29/10/2022 | 10:20

A atriz Cássia Kiss foi denunciada por entidades de Goiás pelo crime de homotransfobia. A notícia-crime foi entregue ao Grupo Especializado no atendimento às Vítimas de Racismo e Intolerância em Goiás (Geacri) nesta sexta-feira, 28, e conta com falas feitas pela artista em uma live realizada com a jornalista Neda Nagle. 

“Não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem, essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo as imagens inacreditáveis de crianças de 6, 7 anos se beijando”, declarou a atriz, durante a transmissão.

A transmissão ao vivo aconteceu no dia 21 de outubro. O documento foi entregue à delegacia de Goiânia pelas entidades Aliança Nacional LGBTI+ e Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) e é assinado pela advogada goiana e coordenadora das áreas jurídicas das referidas associações, Amanda Souto Baliza. 

Na transmissão, Cássia Kiss afirma que a ”ideologia de gênero” estava sendo ensinada em escolas e tinha como objetivo ”destruir famílias”. 

“O que está por trás disso? Destruir a família. Destruir a vida humana. Porque onde eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer? Se você tem um casal gay é uma coisa, quando eles querem adotar uma criança, mas e quando não tiver mais?”, completou Cassia Kis.

Notícia-crime contra homotransfobia 

A notícia-crime apresentada à delegacia pede a instauração de um inquérito contra Cássia, além de que haja providências para garantir cadeia de custódia com preservação do material publicado. 

O material deve ser analisado até a próxima semana, em prol da possibilidade da abertura ou não de um inquérito.

Além disso, a notícia crime diz que, em caso de indiciamento, seja encaminhado os autos ao Ministério Público de Goiás com cópia desta notícia crime ”para eventual denúncia”. 

As entidades apontam ainda que não há ”qualquer embasamento médico ou legal que a atriz questione a normalidade da questão de gênero atribuindo adjetivos preconceituosos que infringem a Lei de Racismo”. 

“As falas da atriz são surreais, é assustador que em 2022 uma pessoa pública com tamanho alcance use sua visibilidade para propagar o ódio contra uma população vulnerabilizada”, complementou o documento.