Dois de Julho: Castelo Garcia D’Ávila foi usado por indígenas como base de proteção contra tropas portuguesas
Localizado na cidade de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, o castelo serviu como ponto de encontro para tropas revoltosas que lutaram para expulsar os portugueses da Bahia.
O Castelo Garcia D’Ávila, monumento histórico e preservado até os dias atuais, é um dos resquícios históricos da luta pela independência do Brasil na Bahia, celebrada neste 2 de julho.
O castelo abrigou centenas de indígenas durante as lutas para expulsar os portugueses da Bahia e representou um ponto importante para as tropas revolucionárias. Mas, apesar de terem lutado diretamente contra as tropas portuguesas, os povos indígenas da região tiveram a contribuição histórica diminuída, em meio ao destaque para a família portuguesa responsável por gerir o castelo.
Desde a chegada dos portugueses no Brasil, a construção desempenhou um papel estratégico na proteção do país de ameaças estrangeiras, sendo liderada pelos Garcia D’Ávila. A relação entre a família e os indígenas começou por meio dos aldeamentos de padres jesuítas na região, preparando os originários para atuar como um cinturão de defesa à Salvador.
A Casa da Torre, propriedade da família Garcia D’Ávila, desempenhou um importante papel na derrubada dos portugueses, sendo um centro crucial para as revoltas e encontros das tropas. O protagonismo dos indígenas, africanos e afro-brasileiros foi essencial para a expulsão dos portugueses, demonstrando a diversidade de atores na luta pela independência.
A Família Garcia D’Ávila, distante da Coroa portuguesa, apoiou o levante popular para manter suas posses no Brasil. O Visconde de Pirajá idealizou estratégias para enfraquecer as tropas portuguesas em Salvador, destacando o papel dos indígenas nas batalhas e suas contribuições para a independência.
O Castelo Garcia D’Ávila foi transformado em fundação e está aberto para visitação. A instituição mantém um museu com acervo arqueológico considerado um dos maiores do Brasil, proporcionando experiências interativas e exposições que destacam a importância histórica do local. O protagonismo indígena, negro e mestiço nas lutas pela independência precisa ser reconhecido e valorizado, destacando a diversidade de atores que contribuíram para a história do Brasil.