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Copa 2018: Comentarista analisa atuação da seleção brasileira

No meio-campo, Casemiro não pôde jogar contra a Bélgica porque estava suspenso. Renato Augusto, titular na campanha das Eliminatórias, recuperou-se há pouco de uma contusão e não conseguiria jogar os 90 minutos

Não há um único culpado, muito menos existe um motivo específico para a eliminação. Porém, a derrota contra a Bélgica é um convite à reflexão e à auto-crítica. A postura da equipe, principalmente no primeiro tempo, escancarou uma série de problemas que, somados, ajudam a compreender a eliminação precoce da seleção brasileira que foi derrotada na última sexta-feira (6), por 2 a 1 pela surpreendente Bélgica, na Arena Kazan na Rússia.

O time que entrou em campo não, aquele que Tite sonhava escalar em um mata-mata de Copa do Mundo. O experiente Daniel Alves seria o lateral-direito titular, mas se lesionou às vésperas do torneio. Danilo, o reserva imediato, machucou o quadril antes do segundo jogo, na quinta-feira (5), sentiu o tornozelo e foi cortado definitivamente: a vaga caiu no colo de Fagner, terceira opção para a lateral. No meio-campo, Casemiro não pôde jogar contra a Bélgica porque estava suspenso. Renato Augusto, titular na campanha das Eliminatórias, recuperou-se há pouco de uma contusão e não conseguiria jogar os 90 minutos. O volante Fred, melhor opção para substituir Casemiro, lesionou-se na fase preparatória para a Copa, em Sochi. Para desespero dos supersticiosos, o escalado foi Fernandinho, um dos mais criticados no 7 a 1 contra a Alemanha, quatro anos atrás.

O atacante Douglas Costa também voltava de lesão, no músculo posterior da coxa direita. O lateral-esquerdo Marcelo sequer atuou nas oitavas-de-final, contra o México, com dores na coluna. Ambos tiveram grande atuação contra a Bélgica, mas jogaram no sacrifício. Neymar também não estava 100%, em termos físicos. Faltou ritmo de jogo. O camisa 10 até evoluiu na fase final, mas não conseguiu se tornar protagonista. Para driblar é preciso estar inteiro, preparado para os choques, para as disputas ombro a ombro. O jogador do PSG não estava, e muitas vezes se viu obrigado a tentar cavar faltas em lances que outrora conseguiria dar sequência sem maiores problemas.

Outro problema na Seleção atual foi a previsibilidade do ataque, com Neymar aberto na esquerda, Willian na direita, Gabriel Jesus “enfiado”: foi assim em todos os jogos, com raríssimas variações no segundo tempo. Os treinadores adversários logo entenderam o posicionamento montado por Tite, improvisaram uma linha de cinco defensiva, com um volante infiltrado entre os zagueiros, e conseguiam ter cobertura em quase todas as jogadas. Se algumas investidas funcionaram, foi por pura qualidade individual.