Cearense que perdeu no The Wall pretendia ganhar R$ 300 mil para montar consultório de dentista dos filhos

Conhecido como Francisco da Merenda, o cearense já percorreu mais de 200 cidades vendendo adesivos para pagar a faculdade dos filhos. Agora, ele sonha em montar o consultório dos dois filhos formados em Odontologia.

Cearense agradece apoio em participação no DE

Cearense agradece apoio em participação no DE

O cearense Francisco Camelo, de 53 anos, participou do quadro The Wall, no Domingão com Huck, exibido no último domingo (2). Natural de Santa Quitéria, ele entrou no desafio com o sonho de arrecadar R$ 300 mil para montar o consultório dos filhos dentistas, mas acabou não conquistando o prêmio principal.

Francisco participou do DE ao lado do filho Matheus Camelo. A dupla chegou a acumular quase R$ 65 mil durante o jogo, mas perdeu tudo após errar uma pergunta sobre o exército feminino africano. Matheus respondeu “Ainu”, quando a alternativa correta era “Agojie”, e três bolas vermelhas derrubaram o valor acumulado.

Como parte da dinâmica do programa, Matheus recebeu um contrato de R$ 50,7 mil enquanto estava isolado na sala de respostas. Sem saber do resultado da rodada, ele optou por rasgar o contrato, acreditando que haviam conquistado um valor maior. Ao descer e descobrir que haviam zerado o prêmio, o momento foi de forte emoção entre pai e filho.

Sensibilizado com a história da família cearense, Luciano Huck ofereceu uma segunda chance em outra dinâmica. Francisco e Matheus participaram de um desafio em que precisavam acertar ao menos uma de cinco bolas dentro de um círculo verde. Na última tentativa, eles conseguiram o feito e garantiram um valor simbólico, considerado o “pontapé inicial” para o sonho do consultório.

Conhecido como Francisco da Merenda, o cearense viralizou nas redes sociais ao compartilhar sua trajetória de luta pela educação dos cinco filhos. Após passar 27 anos vendendo lanches em Santa Quitéria, Francisco precisou se reinventar durante a pandemia. Sem conseguir arcar com os custos das faculdades dos filhos, ele começou a vender adesivos pelas estradas do Nordeste.

Até agora, Francisco já percorreu 223 cidades em sete estados, sempre com o mesmo propósito: garantir a educação dos filhos. Foi com a venda de adesivos que ele conseguiu pagar a faculdade dos dois filhos que se formaram em odontologia. Atualmente, segue na estrada para manter os estudos da filha caçula, que cursa Medicina Veterinária.

Ao participar do DE, Francisco tinha a expectativa de arrecadar o valor necessário para montar o consultório dos dois filhos já formados. Apesar de não ter conseguido alcançar o prêmio desejado, a história de dedicação e esforço comoveu o público e gerou uma verdadeira onda de solidariedade nas redes sociais.

“A gente vê a repercussão e mostra que educação é uma coisa que transforma. Tem muita gente emocionada, eu recebi muitas ligações e muitos comentários nas postagens. A minha história cresceu de uma tal maneira que ela atingiu as pessoas como uma mensagem de inspiração e motivação”, relata.

Agora, Francisco planeja retomar a rotina de viagens pelo Nordeste para continuar vendendo adesivos. Ele reconhece que a jornada é cansativa e que a saudade da família pesa, especialmente quando perde datas comemorativas e momentos importantes. Ainda assim, afirma que está cumprindo seu papel como pai, fazendo o possível para garantir um futuro melhor para os filhos por meio da educação.