CEI da Saúde: “Empresário teve informações privilegiadas”

A ex-diretora de Regulação da secretaria municipal de Saúde Daniela Domiciano e o sócio-proprietário da clínica Cliame George Alves de Brito, foram ouvidos pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Goiânia, na última sexta-feira, 16, e depoimentos sugerem envolvimento dos citados em fraudes e irregularidades na prestação de serviços ao Serviço Único de Saúde (SUS).

Para a vereadora Cristina Lopes (PSDB), não há dúvidas de que Daniela Domiciano tem uma relação de amizade com George Alves de Brito, sócio proprietário da clínica na Cliame. “Daniela trabalhou com George, o marido dela foi colega de faculdade do George e o casal já frequentou festas na casa do médico. Essas informações ficaram claras no depoimento dos dois”, afirma Dra. Cristina. De acordo com a vereadora, ao assumir a diretoria de Regulação da prefeitura, Daniela passou informações privilegiadas a George que passou a prestar serviços para a prefeitura de Goiânia. “Ele ampliou e adaptou a clínica, de acordo com as exigências necessárias para atender a grande demanda. A Cliame era a clínica que mais atendia pacientes e todos os chequinhos direcionados à clínica, eram emitidos pela secretária da Daniela”, relatou.

Em depoimento, Daniela negou que tenha beneficiado a Cliame, e alegou que o aumento do número de atendimentos da clínica, se deu por ser o único prestador de serviço que se interessou a atender pacientes do SUS. Questionada sobre a tabela de preços praticada pelo SUS ocorreu por meio de portaria, porque havia uma fila reprimida de pacientes e tabela do SUS estava defasada. Na tentativa de se livrar das acusações, a ex-diretora reafirmou que, na época da descoberta da Máfia do Samu, estava de licença maternidade e soube do caso pela imprensa. Ao final de sua licença, Daniela pediu disposição para o município de Aparecida de Goiânia, onde exerce o mesmo cargo: diretora de Regulação da secretaria de Saúde, e diz que não pretende voltar a trabalhar na capital.

Dra. Cristina garante que Daniela continua a beneficiar a clínica de George, que passou a atender pacientes de Aparecida. “É uma relação de “toma lá, dá cá”. Além de atender toda a demanda de Aparecida, há indícios de que fraudes na emissão de direcionamento de exames. O oftalmologista Rogério Vaz, não é credenciado na secretaria de saúde de Goiânia, porém realiza atendimentos na Cliame. Tem muita coisa errada. É muita gente envolvida”, denunciou.

O sócio-proprietário da Cliame, disse que o crescimento e adaptações da clínica foi motivado pela demanda reprimida. “Outras clínicas de referência em Urologia e Oftalmologia não se interessaram em fornecer o serviço, o que o levou a aumentar a estrutura física e de pessoal para atender aos pacientes enviados pela secretaria municipal de Saúde. Atualmente, 90% dos atendimentos da Cliame são de pacientes do SUS”, declarou aos vereadores. George negou benefício ou facilitação por parte de Daniela, e ao ser confrontado sobre a amizade com a ex-diretora, George disse não se lembrar, mas que pode ser que tenha recebido Daniela e o marido em sua casa em alguma ocasião.

Patrícia Santana

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Ministro da Agricultura apoia suspensão de fornecimento de carne ao Carrefour Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou nesta segunda-feira, 25, seu apoio à decisão de frigoríficos brasileiros de interrupção o suficiente de carne ao Carrefour no Brasil. A medida foi uma resposta às declarações do CEO global da rede, Alexandre Bompard, que anunciou na última quarta-feira, 20, que o Carrefour deixará de comprar carne do Mercosul, alegando riscos relacionados ao cumprimento de critérios

A decisão do Carrefour foi anunciada em meio aos protestos de agricultores franceses contrários ao acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Embora a extensão da restrição não tenha sido inicialmente esclarecida, a empresa informou posteriormente que a medida se aplica às lojas em França. A postura do Carrefour gerou críticas tanto de representantes do governo quanto de agricultores do bloco sul-americano.

Em entrevista à Globonews, Fávaro criticou o tom utilizado pela Bompard ao abordar a qualidade da carne brasileira, considerando as declarações inaceitáveis. “Não é pelo boicote econômico, mas pela forma como o CEO do Carrefour tratou a questão. Ele colocou em dúvida a qualidade sanitária da carne brasileira, algo inadmissível”,

Fávaro também defendeu o rigor ambiental e sanitário do Brasil, ressaltando que o país possui um dos Códigos Florestais mais exigentes do mundo. Ele classificou as discussões do Carrefour como uma tentativa de criar barreiras comerciais. “A França compra carne do Brasil há 40 anos. Só agora resolvi detectar um problema? Isso é absurdo. Se o Carrefour na França não quer carne brasileira, nossos fornecedores estão certos em não fornecer o produto nem para as lojas no Brasil”, declarou.

Em resposta, o Carrefour Brasil emitiu uma nota informando que a suspensão da quantidade de carne impacta seus clientes e que a empresa está buscando soluções para normalizar o abastecimento do produto em suas lojas

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