CEI da Saúde revela ociosidade em UTI´s de Goiânia

Relatório com número de UTI´s contratadas e preenchidas pela Secretaria Municipal de Saúde em hospitais convêniados ao SUS em Goiânia comprovam suspeita de seleção de pacientes com quadros graves e agudos para gerar mais lucro no período de um ano, exatamente entre agosto de 2016 e agosto de 2017. A informação foi apresentada pelo relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI), vereador Elias Vaz (PSB), e pelo vereador Jorge Kajuru (PRP). O levantamento foi baseado em documento encaminhado pela própria prefeitura, aponta uma média de desocupação de 41,2%.

Considerando que em alguns hospitais o número de vagas ociosas supera e muito essa taxa. É o caso do Hospital Santa Genoveva, com índice de 67,7% de leitos vagos para UTI adulto no período analisado, ou seja, em 105 dias, apenas 34 vagas foram preenchidas. O Hospital Santa Bárbara teve média de 61,5% e o Jacob Facuri de 59,7%.

Hospitais públicos geridos por OSs também registraram alto índice de desocupação. No HGG, a média ficou em 44,1%; no  Hospital das Clínicas, 43,7%; no HUGOL, 42,5% e no CRER 39,7%. O HUGO tem 49 leitos de UTI credenciados ao SUS e é o hospital com maior número de leitos em Goiânia, registrou média de desocupação de 31,9% de acordo com o relatório da Secretaria de Saúde Municipal analisado pela Comissão.

O relatório encaminhado pela Secretaria Municipal de Saúde com dados sobre a ocupação diária dos leitos de UTI cadastrados ao SUS no período analisado confirma 89 leitos desocupados e 172 ocupados em Goiânia, nos meses de janeiro a agosto de 2016. No mesmo período de 2017, havia 128 leitos desocupados e 169 ocupados.

UTI´s pediátricas

Em relação à ociosidade de vagas em UTI´s pediátricas da capital, o maior volume de leitos desocupados foi observado no Hospital de Doenças Tropicais, com 75,4%. Caso que será avaliado pela CEI, por se tratar de uma unidade referência em epidemias. Os números apontam ociosidade também na maior unidade referência em maternidade e partos do Estado, que é o Materno Infantil com 34,5% de desocupação. No Hospital Infantil de Campinas, a média foi de 67,7%; seguido pelo Hospital e Maternidade Santa Bárbara com 56%; HUGOL com 54%; e Hospital da Criança com 48% de leitos sem pacientes.

Para o vereador Elias Vaz, É inadmissível que isso aconteça enquanto vemos todos os dias uma lista enorme de pessoas que sofrem na fila de espera por vaga de UTI. “O Município precisa tomar uma providência urgente. Contratar hospitais que queiram realmente prestar serviço. Não podemos admitir que o cidadão continue refém dessa prática mafiosa e desumana”.

Prática essa que foi oficialmente reconhecida pela secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué, em depoimento à CEI na última semana. Quando em depoimento, ela confirmou que 81 pacientes foram recusados nos meses de janeiro e fevereiro deste ano pela rede credenciada sem justificativas aceitáveis.

“A Secretaria de Saúde precisa agir com mais firmeza nesses casos. Cada recusa deveria ser registrada na polícia. O hospital que não cumpre o seu papel deveria ser descredenciado. O que não dá é pra ficar de braços cruzados enquanto as pessoas estão morrendo”, assinala o relator da Comissão.

O vereador Jorge Kajuru afirma é preciso também atuar em outra frente. Ele disse que vai solicitar audiência com o governador Marconi Perillo (PSDB) para tratar da situação dos hospitais geridos por OSs que, de acordo com o relatório, tem deixado de atender pacientes. “É uma situação muito preocupante. Os números levam a uma conclusão clara de que havia leitos vagos em hospitais estaduais, e pacientes morreram por falta de UTI. Isso não pode continuar”.

As informações levantadas pela Comissão foram denunciadas à Polícia Civil, e serão investigadas pela Delegacia de Combate a Crimes Contra a Administração Pública e Delegacia de Homicídios em uma força-tarefa para apurar e identificar casos de improbidade administrativa. Os investigadores vão averiguar os registros de morte por falta de UTI enquanto havia leitos desocupados.

Patrícia Santana

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Governo de Goiás registra 55 milhões de acessos no Portal Expresso em 2024

O Governo de Goiás alcançou um marco significativo em 2024, com o Portal Expresso recebendo mais de 55 milhões de acessos aos seus serviços digitais. Este volume representa um crescimento de 70% em comparação com o ano anterior, quando os serviços foram acessados 32,5 milhões de vezes.

A plataforma Expresso, desenvolvida em parceria entre a Secretaria-Geral de Governo (SGG) e a Secretaria de Estado da Administração (Sead), foi lançada em 2021 com o objetivo de democratizar o atendimento ao cidadão. Atualmente, oferece 117 serviços em ambiente totalmente digital, facilitando a vida dos cidadãos goianos e consolidando Goiás como o estado mais digitalizado do país, de acordo com o Índice da Associação Brasileira de Entidades Estaduais e Públicas de Tecnologia da Informação e Comunicação (ABEP-TIC) de Oferta de Serviços Públicos Digitais dos Governos Estaduais e Distrital.

Serviços disponíveis

Os canais do Portal Expresso e do aplicativo Expresso Goiás podem ser acessados de qualquer lugar do mundo via internet. Os serviços incluem consultas de informações de veículos e condutores, agendamento de atendimento presencial em unidades Vapt Vupt, solicitação da Carteira de Identidade Nacional (CIN), registro de ocorrências na Delegacia Virtual, e solicitação ou consulta de boletim escolar da rede estadual de educação, entre outros.

“Trabalhamos muito desde 2019 para digitalizar os serviços do Governo de Goiás e conseguir alcançar o índice que atingimos, que é o primeiro lugar do país em digitalização. Hoje, podemos dizer que o cidadão goiano tem todos os serviços do Estado na palma de sua mão”, afirma o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima.

A oferta de serviços em ambiente digital passa pela quebra da cultura de burocratização, um esforço liderado pelo governador Ronaldo Caiado. “A simplificação do acesso aos serviços públicos e a adesão da população são fundamentais para o sucesso do programa”, explica o secretário da Administração, Alan Tavares. A Superintendência de Transformação Pública da Sead orienta os órgãos nos processos de transformação dos serviços para disponibilizá-los de forma digital, garantindo que a administração atenda às necessidades da população de maneira eficiente.

Acessibilidade e Inovação

Os cidadãos podem acessar os serviços do Portal Expresso de duas formas: em ambiente logado, utilizando credenciais de acesso ao GOV.BR para serviços que dependem de dados sensíveis, ou em ambiente não logado, para serviços que não requerem dados pessoais. Além disso, 25 serviços estão disponíveis pelo aplicativo Expresso Goiás.

“O Governo de Goiás tem demonstrado, de forma consistente, que a inovação não é apenas um conceito, mas uma prática fundamental na modernização da gestão pública. A adoção de soluções tecnológicas e processos mais eficientes permite que os serviços sejam entregues de maneira mais ágil e acessível, promovendo o bem-estar do cidadão e consolidando nosso estado como referência em digitalização e governança pública no país”, reforça o secretário Alan Tavares.

O portal Expresso começou a ser desenhado em 2019 e, quando lançado em maio de 2021, oferecia 70 serviços. Até o final de 2024, esse número aumentou para 117 serviços. “Isso foi possível graças aos esforços de todos os órgãos no sentido de transformar e modernizar seus processos internos, permitindo que um serviço possa ser concluído pelo cidadão sem a necessidade de intermediação humana”, destaca a subsecretária de Inovação da Gestão e dos Serviços Públicos da Sead, Lara Garcia.

Novos serviços serão incluídos no programa nos próximos meses, à medida que os processos de simplificação de serviços forem finalizados.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp