CEI e polícia vão investigar secretária Municipal da Saúde

Fátima Mrue deve ser denunciada pelos crimes de constrangimento ilegal e de falso testemunho

O vereador delegado Eduardo Prado, suplente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde da Câmara Municipal, vai solicitar hoje que a Polícia Civil instaure inquérito contra a secretária de Saúde, Fátima Mrue, pelos crimes de constrangimento ilegal e falso testemunho. Ele vai protocolar ainda uma  ação de improbidade administrativa.

A decisão ocorreu após o relato da dona de casa Celina Teixeira, que arrancou os dentes com alicate depois de inúmeras tentativas frustradas de atendimento nos postos de saúde do município. O caso ganhou repercussão em meio a denúncia de que o município, mesmo recebendo verba de R$ 200 mil do governo federal para atendimentos odontológicos na capital, o serviço não estava sendo realizado em 77 dos 87 pontos de atendimento da Prefeitura de Goiânia.

Na terça-feira (5), durante depoimento para a CEI, Celina afirmou que recebeu uma comitiva na sua casa com a presença da secretária e que um dos membros pediu para que a dona de casa não falasse mal de Mrue para a imprensa, e, ainda, ofereceu cesta básica por três meses à dona de casa.

Por meio de nota, a  Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou que está à disposição da paciente Celina Lopes Teixeira para a realização de todo o seu tratamento odontológico e para o tratamento de saúde que ela precisar. E esclareceu que a atitude da secretária de Saúde Fátima Mrue foi de apenas se solidarizar com o episódio. Sobre a doação de alimentos, a SMS esclarece que não faz parte de sua oferta de serviços.

Em nota a Prefeitura de Goiânia fala sobre a investigação contra o prefeito Iris Rezende, informando que reconhece a deficiência no atendimento odontológico na Capital, mas que houve a realização de 22 mil atendimentos odontológicos em 2017. Garantindo que jamais houve tentativa de cooptação da paciente Celina Lopes. E afirmou que não procede, em hipótese alguma, a acusação de que teria havido por parte do ente público oferta de vantagens à paciente para que mudasse sua versão sobre o caso.

  Joyce Cristina

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos