CEI Saúde: ‘Pacientes são mantidos na UTI sem necessidade’

O médico Carlos Henrique Bahia afirma que hospitais credenciados ao SUS costumam manter pacientes na UTI, mesmo sem necessidade. “A pessoa teve um trauma, por exemplo e tem melhoras clínicas, poderia ir para um apartamento ou enfermaria, não precisaria mais de UTI, mas é mantida ali. Se está na UTI sem precisar, o custo (de tratamento) cai”, relatou aos vereadores que integram a Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investiga fraudas na Saúde em Goiânia.

Carlos Bahia foi diretor do Samu por mais de 10 anos (de 2005 a 2016), prestou depoimento ontem na sala de comissões da Câmara Municipal e confirmou as suspeitas de seleção de vagas em UTI levantadas pela CEI. Ele relata que o custo de um paciente que já poderia ter recebido alta, mas continua na UTI sem precisar é de um terço do de um paciente em estado mais grave, como parada cardiorrespiratória. “Isso é gravíssimo. Não é o depoimento de um leigo, é de um profissional que viveu a realidade do SAMU por mais de 10 anos. E reforça o que temos investigado, que hospitais usam práticas para aumentar a margem de lucro, escolhendo os pacientes de menor custo e até mantendo na UTI quem não necessita do leito”, constatou Elias Vaz, que é relator da CEI.

O ex-diretor falou também das dificuldades enfrentadas pela equipe para encaminhar pacientes à UTI. “Dificilmente havia leito disponível,então o médico regulador tentava encontrar vaga nos cais. Não tínhamos leitos de UTI para receber os pacientes na época e ainda hoje não tem”, relatou.

Elias Vaz diz que recebeu denúncia de um servidor municipal que ficou cinco dias na UTI, apesar de não se tratar de quadro grave, e questionou a equipe médica. “Ele disse que conversou depois com outros médicos e confirmou que não precisava ter ficado tanto tempo”.

A CEI divulgou relatório da própria Secretaria Municipal de Saúde que aponta média de 41% de leitos desocupados de UTI nos hospitais credenciados ao SUS no período de agosto de 2016 a agosto de 2017. Na semana passada, Elias Vaz e Jorge Kajuru divulgaram os nomes das unidades com maior número de vagas. Em alguns casos, a média ultrapassa a marca de 60%.

A Comissão aprovou requerimento dos dois vereadores para que os hospitais encaminhem relatório completo com nome, tipo de UTI e número da AIH (autorização de internação hospitalar) de cada paciente atendido entre agosto de 2016 e agosto de 2017. “Alguns hospitais estão contestando os dados da prefeitura, outros informaram à imprensa que a taxa de ocupação está em torno de 90%. Então terão que provar. Vamos comparar os dados, checar com os pagamentos feitos pelo Ministério da Saúde e descobrir quem está falando a verdade”, adiantou Elias Vaz.

“Não podemos permitir que pacientes sejam condenados à morte enquanto hospitais escolhem quem vão atender e de que forma vão oferecer o serviço. Existe um contrato com o Município e ele deve ser cumprido”, destacou Jorge Kajuru. A Comissão ouvirá em breve a gerente de Internação Hospitalar do Município, Márcia Ribeiro de Souza; o diretor de Atenção à Saúde, Sílvio José de Queiroz; e Devalmir Oliveira dos Santos, gerente de Urgências.

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Hackers atacam site do governo argentino e divulgam ofensas a Javier Milei

O site oficial do governo da Argentina foi alvo de um ataque cibernético na noite desta quarta-feira, 25. Durante a invasão, os hackers publicaram ofensas direcionadas ao presidente Javier Milei, além de conteúdos antissemitas.

De acordo com o jornal La Nación, o portal “Mi Argentina” ficou fora do ar por mais de uma hora, impossibilitando o acesso aos serviços disponíveis. A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do país informou que o ataque ocorreu por volta das 21h30.

Entre as ações dos invasores, foram divulgadas músicas com insultos ao presidente, alterações em cabeçalhos e rodapés do site e uma série de stories na conta oficial do governo argentino no Instagram.

Em nota publicada na rede social X, a Secretaria de Inovação afirmou que o episódio reflete a precariedade dos sistemas herdados de administrações anteriores. O órgão também criticou a oposição por não apoiar investimentos em cibersegurança, previstos no decreto de necessidades e urgência proposto por Milei.

A Secretaria declarou ainda que o problema foi resolvido e os sistemas foram restabelecidos.

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